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Saúde

Transmissão de vírus pela água do mar é descartada

O foco de contaminação que causou a elevação dos casos de diarreia e vômito no Litoral do Paraná não está na água do mar, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O órgão enviou amostras de fezes de pessoas com os sintomas ao Laboratório Central do Estado (Lacen) e o resultado foi de que o agente causador das gastroenterites é um vírus chamado Norovírus - o mesmo que causou um surto no litoral de São Paulo em janeiro.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, José Lúcio dos Santos, o vírus dificilmente se desenvolve na água do mar, sendo que as condições ideais para desenvolvimento estão na água doce. Essa argumentação é confirmada pelo médico infectologista Sérgio Penteado, coordenador do Serviço de Clínica Médica e Infectologia do Hospital Evangélico.

Com o retorno dos veranistas das praias, também houve reflexos dessa contaminação em Curitiba. O aumento de casos foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Foram 6.112 casos de diarreia em janeiro de 2010, contra 4.145 no mesmo período do ano passado. Entretanto, a secretaria municipal ainda não sabia informar qual era o agente causador. A assessoria de imprensa da secretaria municipal informou que ainda não havia recebido os resultados da análise do Lacen.

O infectologista explica que a transmissibilidade do Norovírus é alta, trata-se de um vírus resistente - principalmente quando o tempo está úmido -, mas que não se trata de um vírus letal. Porém a diarreia e o vômito podem levar à desidratação, o que pode levar à morte. Outros sintomas são náuseas, dores abdominais, perda de paladar, fraqueza e febre e - assim como a diarreia e vômito - aparecem entre 24 e 48 horas após a contaminação.

Transmissão

Penteado afirma que a falta de higiene é causa principal para que tantos casos de diarreia tenham ocorrido nas praias. Esse também é o motivo de a disseminação ter continuado na capital, o que pode ocorrer também em outras localidades. A contaminação ocorre quando pessoas que estão com o Norovírus não fazem a higienização correta das mãos, uma vez que os vírus são eliminados através das fezes. Uma das formas de contrair o vírus é cumprimentar uma pessoa com o vírus e depois levar as mãos à boca.

A transmissão ocorre também quando a pessoa com mãos contaminadas manipula alimentos, toca em superfícies e objetos, o outra pessoa toca nesse local e leva as mãos à boca ou ao nariz.

Para evitar a disseminação, deve-se lavar as mãos com água e sábão várias vezes ao dia, principalmente antes das refeições e após ir ao banheiro. "O álcool não é eficiente, pois não mata o Norovírus", explica Penteado. Já a limpeza das superfícies deve ser feita com água sanitária e água. Utilize um litro de água sanitária para 50 litros de água.

E como se trata de um vírus resistente, também é preciso reforçar os cuidados com a alimentação. O superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa afirma que é preciso ter atenção ao escolher o local das refeições e com determinados alimentos, como saladas, frutos do mar, raspadinhas, sorvetes, entre outros. "O vírus pode estar presente em alimentos crus, por isso o cuidado tem que ser redobrado", afirma Santos. O vírus morre quando a temperatura da água e dos alimentos atinge 60°C.

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