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Ao todo, 2.367 transplantes de órgãos foram feitos no Brasil no primeiro semestre deste ano. Recorde, o número é 16,4% maior que o registrado no mesmo período de 2009. O desempenho é comemorado pelo Ministério da Saúde, que atribui o avanço à melhor capacitação dos profissionais do setor. Apesar da alta, os procedimentos seguem concentrados: São Paulo tem 52% de todas as ocorrências e, juntos, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somam outros 20%. Enquanto isso, Amazonas, Goiás e Rondônia não tiveram nenhum órgão transplantado.Dados do Ministério da Saúde mostram que os procedimentos contemplaram praticamente todos os órgãos. Mais da metade dos casos foi com transplante de rim: 1.486 brasileiros recebem esse órgão nos seis meses. O número cresceu 21% se comparado ao ano passado. Em seguida, o fígado teve 663 ocorrências, com aumento de 36%. Já o coração teve um caso a menos em relação com o 2009 e somou 99 procedimentos.

"Os números mostram o resultado da capacitação do pessoal envolvido com as equipes hospitalares", diz o secretário nacional de atenção à saúde, Alberto Beltrame. Uma das ações treinou equipes para a manutenção de pacientes em casos de morte encefálica. Outra foi a criação de organizações de procura de órgãos, entidades que fazem a intermediação entre centrais, hospitais e famílias.

Para Beltrame, medidas como essas aumentaram o número de doadores, que avançou 17% e atingiu 963 no semestre. Com essa evolução, o Brasil atingiu a média de 10,06 doadores por milhão de habitantes. O número ainda é muito inferior ao observado em países desenvolvidos, como a Espanha que tem cerca de 35 doadores por milhão.

São Paulo, o estado com a melhor média brasileira, tem 22,7 doadores por milhão. "Há apenas quatro anos, o índice paulista estava em 11. Hoje, já dobrou. Por isso nos faz imaginar que podemos chegar em pouco tempo a um patamar mais próximo de países como a Espanha", diz.

Enquanto algumas áreas caminham para indicadores europeus, outros estados não têm transplantes. Em todo o semestre, Amazonas e Rondônia não tiveram nenhum doador e, por isso, nenhum procedimento. Mas o caso mais dramático é de Goiás, onde 13 pessoas doaram órgãos, mas nenhum deles foi aproveitado. O estado ficou na lanterna do ranking de transplantes.

"Vários fatores explicam o mau resultado de alguns estados, como a capacidade de realizar o procedimento da rede hospitalar ou a inexistência da cultura de doação", diz o secretário. Uma das ações para tentar melhorar o quadro é o acordo do Ministério com o Hospital Sírio Libanês para treinar equipes em áreas com poucos doadores e transplantados.

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