Brasília Ao comentar os resultados da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre o estado das rodovias brasileiras, o presidente da Associação Brasileira dos Transportadores de Carga (ABTC), Newton Gibson, criticou o quadro apontado pelo estudo. Divulgada na quarta-feira, a pesquisa indica que 74% das rodovias federais analisadas têm problemas.
Gibson afirmou que o setor de cargas está apreensivo com as condições das estradas nacionais. "Avalio o resultado da pesquisa com muita preocupação pela falta de investimentos em infra-estrutura. Precisamos de uma melhor gestão de recursos porque dinheiro para isso (melhorias nas rodovias) tem."
Segundo ele, as condições precárias das rodovias trazem prejuízos econômicos ao país. "É lógico que o país perde dinheiro com a falta de estrutura. Não só com as rodovias, mas também com os outros meios de transporte. Há grande perda de alimentos e outros produtos."
A falta de segurança dos profissionais do setor de transporte de cargas é outro aspecto que preocupa o presidente da ABTC. "A freqüência que se tem de acidentes rodoviários e ferroviários é muito prejudicial para os trabalhadores e também para o governo, que tem que arcar com recursos da Previdência Social", lembrou.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal prevê investimentos de R$ 33 bilhões de reais até 2010 para restauração de rodovias. Entre elas estão estradas nas Regiões Norte e Nordeste avaliadas como péssimas pela pesquisa da CNT. Com a verba, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) pretende recuperar 32 mil quilômetros e construir outros 6.876 quilômetros de rodovias.
As Regiões Norte e Nordeste, onde estão as rodovias com pior estado, vão receber respectivamente R$ 6,2 bilhões e R$ 7,3 bilhões do PAC para obras de transporte nos próximos três anos. Além das rodovias, a verba é destinada à restauração de portos e aeroportos.
Em estados como o Maranhão, onde mais de 60% das estradas são consideradas ruins ou péssimas, parte das obras já foi iniciada. De acordo com o DNIT, R$ 179 milhões do PAC foram liberados para melhorar o estado das rodovias.
Roraima, apontado como o estado que concentra a pior malha viária do país, também receberá verbas do PAC. Nenhum dos 927 quilômetros analisados pela CNT no estado foi considerado em boas condições. A BR-174, que atravessa a Amazônia roraimense e não possui acostamento, é uma da rodovias que devem ser restauradas.
O presidente da CNT, Clésio Andrade, acredita que os maiores benefícios do PAC aparecerão a partir do ano que vem. "Os maiores volumes de investimentos do programa estão previstos para os próximos três anos. Em 2007, as verbas se confundem, porque, quando o PAC foi lançado, já havia orçamento definido", afirmou.
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