Após quatro assaltos, o motorista Paulo Sene está afastado: síndrome do pânico| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Sindicato reclama da ausência de policiamento

Os motoristas e cobradores também pedem aumento de vigilância da Polícia Militar. O Sindimoc reclama que a corporação deixou de atuar no transporte público com policiais que andavam à paisana nos ônibus de Curitiba e Região Metropolitana. Em resposta, a PM informa que continua a atuar em ônibus, estações-tubo e terminais, com policiais sem fardamento, mas que agora a vigilância não se restringe aos ônibus e pode ser feita em vários pontos da cidade com incidência de crimes.

A PM também afirma que caso os motoristas, cobradores e passageiros sintam-se ameaçados, devem informar ao número 190 sobre os casos para que a polícia possa prevenir assaltos e mapear as regiões com maior incidência.

A Urbs também informa que trabalha em parceria com a Guarda Municipal, que faz rondas próximas às estações- tubo e aos terminais de ônibus. A empresa também envia relatórios com as ocorrências de assaltos nas linhas ao Sindimoc, às empresas de ônibus e à Polícia Militar para mapear os locais com maior número de casos. Com a ampliação do Centro de Controle Operacional (CCO), segundo a Urbs, o objetivo será manter o monitoramento com policiais militares dentro do CCO e combater os assaltos.

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Mais assaltos

Os mais visados em 2012

Linhas

- Curitiba/Campo Largo

- Pinhais/Piraquara

- Linha do Trabalhador

Estações

- Camilo de Lellis, em Pinhais

- Xaxim, na R. Francisco Derosso

- Vila Acordes, no Pinheirinho

Testemunha ocular

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Entre janeiro e maio de 2012, as linhas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (RMC) registraram 1111 assaltos a motoristas e cobradores de ônibus. Em média, foram 7,2 assaltos por dia nas 21 mil viagens diárias do transporte coletivo, de acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs). A média registrada até maio é menor que a do ano anterior, quando foram registrados 7,9 assaltos por dia.

Apesar da queda na média diária de casos, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) promove na tarde de hoje, na Praça Rui Barbosa, uma manifestação para pedir mais segurança aos funcionários dos coletivos. Eles reivindicam mais equipamentos de segurança nos terminais de ônibus, estações-tubo, ônibus e vigilância da Polícia Militar. Além disso, vão reunir assinaturas dos funcionários e de usuários do transporte coletivo para solicitar melhorias na segurança.

Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, além da preocupação com o alto índice de assaltos, a ação dos criminosos também espanta. "Não é só o número que assusta, mas a forma como acontece. Eles [os assaltantes] estão cada vez mais violentos", reclama.

Morte

No dia 18 de junho, um motorista que trabalhava na linha Tamandaré/Rio Branco, na RMC, levou um tiro na nuca após reagir a uma tentativa de assalto. Em outro caso, um motorista foi ferido com uma faca enquanto trabalhava em uma linha de Fazenda Rio Grande, em junho.

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Teixeira comenta que muitos funcionários têm pedido afastamento por causa da violência dentro dos coletivos. O motorista Paulo Sene, 36, trabalha há 13 anos no transporte público e está desde 2011 afastado da profissão para tratamento psicológico. Os laudos médicos apontam que o motorista sofre de síndrome do pânico por causa de quatro assaltos que sofreu desde que trabalha na função.

No último caso, em 2008, dois homens entraram no ônibus, um deles o rendeu e o ameaçou com uma arma, enquanto o outro exigia o dinheiro do cobrador do coletivo. "Eu cheguei a abandonar o ônibus em uma estação porque não conseguia trabalhar."

Terminais e estações serão monitorados

Até julho de 2013, os 21 terminais urbanos de Curitiba, além do Terminal Guadalupe, que recebe linhas metropolitanas, e as 364 estações-tubo vão receber câmeras de vigilância para melhorar a segurança e tentar coibir os assaltos na rede de transporte da capital. Segundo a Urbs, 622 equipamentos serão instalados, ação que faz parte do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), que está em implantação pela prefeitura.

De acordo com a Urbs, além da implantação de sistemas de segurança nos terminais, o Centro de Controle Operacional (CCO), em atividade desde abril deste ano, monitora os veículos com GPS, computador de bordo e outros dispositivos eletrônicos. Caso algum ônibus apresente irregularidade na velocidade ou rota, a equipe do CCO entra em contato com o motorista e a empresa responsável para saber se o problema está relacionado a assalto.

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Empresas

O Sindicato das Em­­pre­­­sas de Transporte Ur­­ba­­no e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Me­­tro­­politana (Setransp) informa que também acompanha os casos para trabalhar com a PM e a Urbs. O sindicato diz que as empresas orientam os cobradores a diminuírem a quantidade de dinheiro em caixa para evitar assaltos e incentiva o uso do cartão-transporte por parte dos passageiros. Segundo o Setransp, estatisticamente, quando aumenta o número de usuários de cartão- transporte, diminui o número de assaltos pela menor quantidade de dinheiro circulante.