Passageiros perderam bastante tempo à espera de um trem em São Paulo: falha elétrica| Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress

Curitiba

Protestos quebram o gelo em audiência do metrô

A primeira audiência pública da licitação para construção e operação do metrô curitibano foi marcada por mais vaias do que aplausos. A discussão foi realizada no Memorial de Curitiba, no Lago da Ordem, e o público presente se dividiu entre protestos e apoio aos discursos de apresentação do projeto básico da maior obra pública da história da cidade – que segundo a prefeitura custará R$ 2,33 bilhões.

A primeira metade da audiência foi tomada por explanações técnicas sobre as minutas do edital e do contrato, que já estão disponíveis para consulta pública no site www.metro.curitiba.pr.gov.br. Até 18 de junho, interessados poderão deixar comentários e sugestões sobre o edital de licitação.

Em meio aos discursos, manifestantes levantaram três cartazes em protesto contra a obra. Em um deles, era possível ler "R$ 2,33 bilhões do povo, para quem?". A manifestação que mais chamou a atenção, porém, foi de um homem que conseguiu entrar em uma área restrita do evento e, com um megafone, reclamou da "falta de espaço para o público" na audiência.

O valor total do projeto executivo é de R$ 2,33 bilhões, sendo R$ 1 bilhão financiado pelo governo federal a fundo perdido. Outros R$ 300 milhões serão investidos pelo governo do estado e mais R$ 450 milhões da prefeitura. O restante virá da iniciativa privada.

Raphael Marchiori, especial para a Gazeta do Povo

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Parte dos trabalhadores dos sistemas de trens e metrôs de cinco capitais brasileiras está em greve desde a zero hora de ontem. Os trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ligada ao Ministério das Cidades, reivindicam reajuste de 5,1%, o equivalente à reposição da inflação. Eles também exigem gratificação de desempenho por passageiro transportado, pagamento integral de plano de saúde e adicional noturno de 50%. A CBTU atua em Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN) e Recife (PE).

Em São Paulo, um problema elétrico prejudicou a circulação de trens na linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ontem de manhã. Em algumas estações, os trens puderam usar apenas um sentido da via férrea, o que causou superlotação e espera. A CPTM não estimou o número de usuários afetados. Diariamente, circulam pela linha 9 cerca de 500 mil passageiros.

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Problemas

Em Belo Horizonte e no Recife, que têm os maiores sistemas de metrô, os trens só funcionaram nos horários de pico – das 5h20 às 8h30 e das 17 h às 19h30, na capital mineira, e das 5 às 9 horas e das 16 às 20 horas na capital pernambucana. No restante do dia não houve viagens.

Nas outras três cidades, o sistema operou em horário normal, mas fez apenas 30% das viagens. O mesmo esquema deverá ser mantido hoje, já que os sindicatos disseram que não receberam nenhuma nova proposta da CBTU neste primeiro dia de greve. "A greve é por tempo indeterminado. Só vamos sair quando as negociações avançarem", disse o membro do sindicato pernambucano e vice-presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Diogo Morais.

O presidente da CBTU, Francisco Colombo, disse que a greve nas cinco capitais afetou pouco os passageiros. Isso porque, segundo ele, os sindicatos mantiveram os trens em operação nos horários de pico. Os grevistas, ao contrário, afirmam que a população sentiu o impacto. Segundo ele, a estatal ofereceu "reajuste zero" neste ano porque, no ano passado, já concedeu 6,4% aos trabalhadores, entre outros benefícios.

Em Belo Horizonte, representantes do sindicato que representa os metroviários vão se reunir com a CBTU na próxima segunda-feira, na sede do Tribunal Regional do Trabalho, para tentar avançar nas negociações.

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