A prevenção continua sendo a principal arma contra o zumbido. Proteger os ouvidos da exposição a sons altos é uma maneira de evitar que ele apareça. Na maioria dos casos não existe uma cura, já que 96% dos pacientes não apresentam nenhuma doença médica que possa ser curada. Entretanto, existem tratamentos que ajudam a amenizar o incômodo.
Casos simples como os causados pelo excesso de cera podem ser resolvidos apenas com a remoção. Pessoas com severa perda da audição, podem utilizar implantes cocleares, que permitem ouvir melhor os sons do meio ambiente e tornam o zumbido menos perceptível.
De acordo com a médica otorrinolaringologista Rita Mendes, uma técnica que tem se mostrado eficaz é a de habituação auditiva. Com o uso de um aparelho que emite um ruído branco (como o de um rádio fora de sintonia, por exemplo) o paciente aprende com o tempo a não dar importância ao barulho e por consequência também deixa de ouvir o ruído. "Todo som tem um rótulo emocional, o objetivo é provocar o desaparecimento de reação ao zumbido e a perda de sentimentos negativos associados a ele", explica. Apesar de apresentar resultados positivos, o tratamento é demorado e requer paciência e determinação por parte do paciente.
A professora Maria Elizabeth Ribeiro, 50, está em tratamento há um ano. Já faz oito meses que ela usa o aparelhinho e ainda não conseguiu se ver livre do som de uma panela de pressão que a atormenta há cinco anos. "O pior é o final da tarde, quando fico sozinha em casa e o ambiente fica mais silencioso. Quando tomo muito café também percebo que piora", conta. No caso dela, não foi encontrada nenhuma causa específica.
Na mesma linha da habituação, a técnica de Biofeedback ensina a pessoa e controlar as funções do corpo. A idéia não é reduzir o zumbido, mas permitir que o paciente controle a reação que o corpo tem ao percebê-lo. Alguns tratamentos alternativos como acupuntura e hipnose também são usados. (CV)