Passeio de luxo atrai quem busca conforto
O passeio de trem tradicional é a opção mais procurada pelo preço em conta e por remeter às antigas viagens de trem que habitam nossa memória mais ainda quando o destino é uma cidade histórica como Morretes. Mas há outra opção para quem busca mais conforto para encarar os 68 quilômetros de ferrovia a uma velocidade máxima de 40 km por hora: a litorina de luxo.
O trem com dois vagões, cada qual decorado de acordo com uma temática inspirada no período áureo das ferrovias brasileiras o Foz faz homenagem à Foz do Iguaçu, e o Copacabana à famosa praia do Rio de Janeiro , transporta até 23 passageiros por vagão e oferece uma experiência mais luxuosa aos tripulantes, com janelas vedadas, ar condicionado e cardápio ampliado.
O passeio na Litorina também pode ser uma boa opção para quem viaja com crianças. Além do conforto, as janelas vedadas deixam os pais mais tranquilos. O casal Alessandro e Maria Adriana Romansini, de 40 e 42 anos, vieram de Itu (SP) com a pequena Maria Eduarda, 2, para conhecer a região e decidiram comprar o pacote de passeio no trem de luxo. "Nós pesquisamos sobre o passeio e decidimos fazer com a litorina pelo conforto mesmo. Adorei, superou nossas expectativas", contou Maria Adriana.
Serviço
Pacote Passeio de Trem para Morretes e Antonina Serra Verde Express.
Reservas: (41) 3888-3488.
Saída: Estação Ferroviária de Curitiba
Horários: todos os dias, às 8h15. Saídas da Litorina de Luxo devem ser consultada em www.serraverdeexpress.com.br
Valores: de R$ 72 (Econômico) a R$ 290 (Litorina de Luxo) os valores são diferentes para adultos e crianças. Veja: www.serraverdeexpress.com.br
Durante todo o ano, principalmente fins de semana e feriados, quando se abrem as portas para a área de embarque, por volta das 8 h, a Estação Ferroviária de Curitiba é tomada por centenas de pessoas que vêm de vários cantos do país para fazer a tradicional viagem pela reserva ecológica da Serra do Mar, rumo a Morretes.
SLIDESHOW: Veja mais fotos do passeio
Segundo a Serra Verde Express, operadora dos vagões e da litorina de luxo, nos fins de semana e feriados o trem parte com a lotação máxima de 1,1 mil passageiros em 21 vagões. Já a litorina acomoda até 46 pessoas em dois vagões.
O passeio, de 3h30, em média, percorre 68 quilômetros entre Curitiba e Morretes e é repleto de atrações. A começar pela própria ferrovia que corta o conjunto montanhoso do Marumbi. Prestes a completar 130 anos, em fevereiro, a estrada de ferro é considerada uma das cem obras de engenharia mais importantes do Brasil.
Partindo de uma altitude de 934,6 metros acima do nível do mar, em Curitiba, em direção a Morretes, que fica a apenas 10,5 metros acima do nível do mar, o trem segue por um caminho ladeado por natureza exuberante, em uma das áreas de mata atlântica mais preservadas do Brasil.
O trecho mais aguardado do passeio são os 38 quilômetros de serra, trajeto pontuado por 13 túneis. Durante a travessia, o breu é tamanho que não é possível enxergar um palmo à frente. Atravessando a serra, o trem passa pelo canyon Garganta do Diabo e pela cachoeira Véu da Noiva, culminando na Ponte São João, a mais longa da ferrovia, com 112 metros de extensão a 55 metros de altura, de onde se tem uma vista privilegiada de Paranaguá e Morretes.
Logo em frente, o trem avança pelo Viaduto Carvalho que, assentado sobre cinco pilares de alvenaria em curva, provoca a incrível sensação de que os 21 vagões flutuam no vazio. "Do Viaduto Carvalho é possível descortinar toda a Serra. Eu brinco com os passageiros: 'Vocês não vão voar de avião, vão voar de trem mesmo'", conta a guia turística Nelly Pedroso.
O professor aposentado Cícero Tavares Lira, 72 anos, morador de Garanhuns (PE), olhava de um lado para o outro ao comando de Nelly, para não perder nada. "Estou encantado. Desde que me aposentei, costumo viajar pelo Brasil. Ano passado fui para o Rio Grande do Sul e Minas Gerais."
Passando pelo viaduto, o trem chega à Estação Estadual Parque Marumbi, única parada turística para embarcar e desembarcar mochileiros e marumbinistas (escaladores da Serra do Mar). Hoje, as antigas casas são usadas pelo Instituto Ambiental do Paraná. A parada final do passeio turístico é a Estação de Morretes. Ali, os passageiros descem para conhecer a pequena cidade de clima bucólico convertida em polo gastronômico graças ao famoso barreado, prato típico do Litoral do Paraná.
Baião pernambucano anima o passeio
"Peguei o trem em Teresina / Pra São Luiz do Maranhão / Atravessei o Parnaíba / Ai, ai que dor no coração". Foi ao som de Luiz Gonzaga, o rei do baião, que começou mais uma viagem de trem rumo à Morretes em um sábado especialmente quente de janeiro. O vagão de número 18 havia sido reservado para acomodar um grupo de 30 turistas vindos diretamente de Garanhuns, em Pernambuco, a 2,7 mil quilômetros de distância da capital paranaense. E o povo, arretado que só, estava animado.
A dupla Luiz Gonzaga de Barros, 72 anos, e José Salvador Silva, 71, liderava a inusitada seresta sobre os trilhos, pandeiro e cavaquinho em mãos, enquanto o restante da turma cantava e batia palmas. A certa altura, outra dupla arriscou passos de coco de roda, dança típica do Nordeste, no estreito corredor do vagão. De música em música, o microfone retornava às mãos de Nelly Pedroso, 70 anos, a guia turística responsável pelo vagão que, embora surpresa com a empolgação da trupe, logo entrou no ritmo da cantoria, dedo em riste.
Professora aposentada, Nelly não aparenta a idade que tem. Há 13 anos decidiu voltar ao batente e se arriscar como guia turística. Deu certo. "Eu sou muito falante, queria me comunicar. Nós levamos encantamento ao turista", explica, com fala rápida. Nelly é ela mesma parte da atração que é o passeio de trem. Ela compõe o time de cerca de 70 guias que trabalham orientando os passageiros, contando a história de tudo que pode ser visto ao longo do trajeto e garantindo que eles não percam nada.
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