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Menos de uma semana após o último tremor, a cidade de Montes Claros, ao norte de Minas Gerais, registrou novo abalo sísmico na manhã deste domingo (06/4). Um adolescente teve escoriações na cabeça e pessoas ficaram presas no elevador.

A intensidade seria de 4,2 na escala Richter, segundo informações preliminares do Observatório Sismológico de Brasília, que instalou sismógrafos no municípios. O número será ainda confirmado amanhã.

A maior magnitude de tremores em Montes Claros foi registrada em maio de 2012, com abalos que chegaram ao nível 4,5.

O primeiro tremor foi sentido às 10h39. Um adolescente de 14 anos sofreu escoriações leves na cabeça após parte do reboco de sua casa se desprender do teto. Ele não precisou de socorro médico.

Os bombeiros ainda receberam três chamados de pessoas que ficaram presas dentro de elevadores. Ao todo, o Corpo de Bombeiros recebeu 200 ligações de pessoas que buscavam informação sobre os abalos.

Uma equipe de engenheiros e técnicos vai vistoriar cinco imóveis para constatar se houve danos estruturais.

Com o impacto, a rede de energia elétrica teve seu sistema de proteção acionado e automaticamente desligou o sistema, deixando cerca de 80 mil imóveis sem luz por 45 minutos.

Mas dois tremores foram sentidos pela manhã, às 10h41 e 11h49. À tarde houve novo registro, às 16h32, porém de intensidade menor.

Moradora da cidade, a psicóloga Luciana Paixão diz não se sentir segura. "Ouvi o estrondo e senti aquele tremor, então busquei meu marido e filhos para verificar se estavam todos bem. Mas sinto que nos dão apenas informações vagas. É preciso mais informação."

A universitária Jackeline Santos conta que, ao contrário do tremor da última segunda-feira, desta vez estava sozinha em casa. "Esse foi mais forte. No mesmo instante eu quis sair do prédio onde moro, só voltei depois de um tempo."

Falha geológica

Estudos da UnB (Universidade de Brasília), USP (Universidade de São Paulo) e a Universidade Estadual de Montes Claros apontam que existe uma falha geológica de aproximadamente três quilômetros de extensão próxima à cidade.

As acomodações da falha provocam os tremores que assustam a população. Estações sismográficas foram instaladas na cidade para medir a intensidade dos abalos.

Em outubro de 2013, órgãos como a Defesa Civil Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Cemig se reuniram para traçar um plano de ação em novas situações de abalo.

Como não é possível prever tremores, o plano estabelece, depois do ocorrido, que haja checagem se há vítimas, restabelecimento da energia elétrica e vistoria em imóveis com danos.

Em caso de abalos, as orientações são para que a população mantenha a calma e só ligue para a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros se houver necessidade, para não congestionar a linha. Moradores devem procurar área aberta e, em caso de prédios, locais de estrutura mais firme, como embaixo de vigas e colunas ou nas escadarias.

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