Três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) estão sendo mantidos reféns desde a tarde de quinta-feira (22) por 170 índios Tupi-guarani que vivem na Aldeia Pinhalzinho, localizada na divisa dos municípios de Guapirama e Tomazina, no Norte Pioneiro do Paraná. Entre os reféns está o coordenador regional da fundação, Pedro Possamai. Os outros dois funcionários não tiveram suas identidades reveladas.
O cacique Sebastião Mário Alves disse que a libertação dos três homens só será decidida em uma reunião que ocorre na manhã desta sexta-feira (23) com a presença de outros dois caciques de aldeias da região. Outra reunião foi realizada na noite de quinta-feira.
Os indígenas exigem a reabertura de uma coordenadoria da Funai na região. Segundo Mário Alves, sem representação da fundação no Norte do Paraná, os índios passaram a viver em situação de abandono nas aldeias. "Estamos isolados no Paraná. Não temos dinheiro para plantar porque o contato com a Funai é difícil, já que a coordenação fica em Santa Catarina. Faz um ano e nove meses que estão prometendo uma coordenadoria em Cornélio Procópio, mas até agora nada aconteceu", disse o líder.
Os funcionários da Funai são mantidos em uma sala da escola da aldeia sob a vigilância de vários índios. Eles só podem sair da sala com autorização do cacique e sempre acompanhado por outros índios. Os reféns não apresentam abatimento nem ferimentos.
O grupo esteve na aldeia na quinta-feira para uma visita de rotina quando foram surpreendidos pelos índios.
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