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Cada vez que o telefone toca, a esperança das mães dos três meninos, de 8, 9 e 10 anos, renova-se. Elas têm a expectativa de receber a notícia de que seus filhos foram encontrados. Há três dias procuram os meninos, desaparecidos desde terça-feira, véspera de Natal, quando brincavam na beira do Córrego Franquinho, na Vila Ré, zona leste de São Paulo. A agonia volta quando descobrem que a pista dada do outro lado da linha era falsa. "Até agora só recebemos trotes", contou a cabeleireira Lígia da Silva Amaro, de 26 anos, mãe de Jorge, de 8 anos.

Segundo parentes, Jorge, seu tio Jader Gomes da Silva, de 10 anos, e o amigo Matheus de Oliveira Urtado, de 9, saíram de casa por volta das 14 horas com outros dois colegas para buscar frutas, menos de 200 metros distante da rua onde brincavam. "Os dois amigos voltaram quando começou a chuva, mas eles ficaram", contou Lígia.

A mãe de Jader e avó de Jorge, a diarista Sueli Gomes da Silva, de 46 anos, pediu para uma das netas ir ao córrego chamar os meninos enquanto chovia. "Eles não vieram. Quando parou de chover, por volta das 16 horas, fui buscá-los e eles já tinham desaparecido."

As mães não acreditam que eles tenham sido levados pela correnteza. "Eles são espertos. Se vissem que a água estava subindo, sairiam de lá", disse Lígia. Para elas, as crianças foram levadas por alguém ou se esconderam em algum lugar. Na quarta-feira, as mães registraram o desaparecimento no 24º DP (Ermelino Matarazzo) e colaram cartazes com as fotos dos meninos em ruas da região.

Zona Sul

Na zona sul, o estudante Rodolfo Soares, de 17 anos, continua desaparecido. Na tarde de anteontem, ele caiu no Córrego Alto Riviera, que deságua na Represa do Guarapiranga. Os bombeiros têm feito buscas diárias.

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