Cinco pessoas feridas foram retiradas dos escombros de três prédios que desabaram na noite desta quarta-feira (25) no Centro do Rio de Janeiro. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar. Não há confirmação de nenhum morto. Ainda há a possibilidade de haver mais feridos sob os escombros.
Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, um prédio com 20 andares e outro com dez desmoronaram, além de um sobrado de quatro andares que estaria no meio dos outros dois. De acordo com entrevista ao canal de televisão Globonews, a proprietária deste imóvel, Daisy Chaves, não havia ninguém no prédio no momento da queda.
Eduardo Paes não descartou a possibilidade de vazamento de gás, mas considerou como hipóteses mais provável a ocorrência de uma falha estrutural, pois os imóveis eram antigos. Os edifícios ficavam nos fundos do Theatro Municipal.
Num local próximo ao desmoronamento, uma tenda com assistentes sociais foi montada para atender parentes das vítimas. Os dois prédios maiores abrigavam salas comerciais e uma agência bancária no térreo. O prédio menor, segundo a proprietária, abrigava uma loja que vendia produtos naturais, e que estava fechada na hora do desabamento.
Escombros
Até o início da madrugada desta quinta-feira (26), permanecia intenso o trabalho de remoção de escombros dos edifícios. Britadeiras estão sendo usadas na tentativa de socorrer eventuais vítimas soterradas.
Polícia e Defesa Civil afastaram imprensa e população do local, pois ainda havia risco de novos desabamentos na região.
O vendedor de água Vicente da Cruz, que estava perto de um dos prédios que desabou, disse que quase ficou sob os escombros. Ele disse que só escapou porque correu quando percebeu que o reboco da fachada do edifício estava se desprendendo.
"Em menos de cinco minutos tudo começou a cair nas pessoas que estavam embaixo, que começaram a correr assustadas", disse o ambulante ainda com a roupa suja de poeira.
Neste momento, homens da Guarda Municipal estão ampliando a área de isolamento em torno do prédio porque a há risco de desmoronamento de um edifício ao lado. De acordo com os guardas, foram ouvidos dois estalos na estrutura de edifício que tem 21 andares. As vias próximas à Rua 13 de Maio estão interditadas.
Edifícios vão ficar interditados
Em entrevista concedida no final da noite desta quarta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que todos os edifícios que estão de frente para a Rua Treze de Maio - local onde ocorreram os desabamentos - ficarão interditados. "Pedimos a todas as pessoas que trabalham nesses prédios para não virem trabalhar amanhã (hoje, 26)", reiterou Paes. No entanto, o prefeito disse que os demais prédios da região não correm risco de cair, conforme vistoria feita pela Defesa Civil.
De acordo com o prefeito do Rio, o metrô funcionará normalmente na região nesta quinta-feira (26), já que engenheiros da prefeitura atestaram não haver danos à estrutura das linhas e estações. Haverá ainda um esquema especial de tráfego na região, para desviar o trânsito e permitir o trabalho das equipes de resgate.
Prédio passava por reformas
O prédio de 20 andares, que desabou por volta das 20h10m, na Avenida 13 de Maio, na Cinelândia, área central da capital fluminense, estava passando por reforma no quinto andar. As paredes divisórias tinham sido retiradas recentemente e no local foi aberto um grande salão.
De acordo com as equipes do Corpo de Bombeiros que trabalham no local, apenas o zelador de nome Marcelo, que foi retirado com vida dos escombros, disse que no momento do desabamento apenas ele estava no prédio. Antes, porém, foram ouvidos três estalos, quase simultâneos, e quem passava na hora conseguiu correr.
Foi o caso do auxiliar de manutenção, Júlio César de Oliveira Brandão, 40 anos. "Após o terceiro estalo seguido, o prédio desabou. Caiu de uma vez. Houve muita fumaça, que tomou conta de toda a região da Cinelândia. O prédio caiu de lado. A queda provocou um estouro", disse.
O edifício ao lado, de número 46 da Avenida 13 de Maio, com cinco andares, também foi atingido e desabou parcialmente. O servidor público Aloísio Pereira, de 41 anos idade, também passava na hora do desmoronamento. Segundo ele, "a queda foi rápida, com um estrondo muito forte, e muita fumaça tomou conta da área".
O médico anestesiologista do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), José Antonio Diniz, mora nas proximidades da Cinelândia. Ao saber do desabamento pela televisão, foi de moto para o local, e apresentou-se como voluntário. Ele ajudou a retirar dos escombros o zelador de um dos prédios, que aparentemente estava bem e deu informações importantes sobre a logística do prédio.
José Diniz disse ainda que chegou ao local praticamente junto com as equipes do Corpo de Bombeiros. "Há escombros em uma altura de 30 metros e ainda há fumaça no local. O prédio tem dois elevadores e os bombeiros concentraram as buscas por vítimas nas áreas próximas ao elevadores", declarou.
Interdição
A Avenida Rio Branco está interditada desde a Avenida Presidente Vargas para facilitar o trabalho das equipes de socorro. Máquinas pesadas com pás mecânicas estão no local para auxiliar na retirada dos escombros e facilitar o acesso das equipes de socorro.