Jacarezinho – O longo período sem chuva continua contribuindo para sucessivos recordes negativos nas lavouras do Norte Pioneiro. O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), deve divulgar nesta quinta-feira o levantamento da safra de trigo deste ano na região. O resultado é desolador. Segundo o documento, o prejuízo é de 80% nos 29 mil hectares ocupados com a cultura, a maior perda dos últimos 20 anos. A região está há 120 dias sem chuva.

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Com as perdas deste ano, o produtor de trigo do Norte Pioneiro acumula dois anos de prejuízos consecutivos. Em 2005, ironicamente, foi o excesso de chuvas durante os meses de maio, junho e julho que comprometeu a produtividade e os agricultores tiveram uma quebra de 60% na produção.

A frustração da safra passada resultou na redução de quase 35% da área ocupada com a cultura neste ano. Em 2005, eram 44 mil hectares. E para o ano que vem, especialistas estimam nova redução de área de no mínimo 20%. "A cada ano a área de trigo diminui no Norte Pioneiro. Os produtores estão desestimulados", diz José Antonio Gervásio, economista do Deral de Jacarezinho e responsável pelo levantamento da cultura.

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Além da área, a produtividade das lavouras também ficou muito abaixo da média histórica da região – 2, 4 mil quilos por hectare. Os melhores resultados atingiram apenas 800 quilos.

O gerente da unidade regional da Cooperativa Integrada, em Cambará, Mário César Lopes, não tem um levantamento preciso sobre a quebra no recolhimento do grão, mas adianta que a cooperativa vai tentar compensar as perdas causadas no Norte Pioneiro com outras 40 unidades espalhadas por várias regiões do Paraná. "Vamos buscar os produtores que ainda não entregavam o trigo em nossa cooperativa", explica.

Lopes também acredita que a diminuição da área no ano que vem será inevitável. "Em 20 anos eu nuca vi uma quebra de safra como está. É o pior resultado em duas décadas", calcula.