O velho projeto de retirar os trilhos de Curitiba ainda pode estar longe de virar realidade. O governo federal já deu sinal verde para o Ministério dos Transportes analisar propostas elaboradas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), mas somente agora começarão os estudos que apontarão a viabilidade técnica, econômica e ambiental do Plano Diretor Multimodal de Curitiba. O projeto prevê a construção de um desvio ferroviário em torno da capital, integrando parte das ferrovias já existentes, as indústrias da Cidade Industrial de Curitiba, o Porto de Paranaguá e o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
O plano começou a ser delineado no início do ano e ficou pronto em março. Ele é mais abrangente que o antigo projeto do Contorno Ferroviário, que previa apenas a construção de uma linha férrea a oeste da cidade, cruzando Araucária, Campo Largo, Campo Magro e Almirante Tamandaré. Esse antigo traçado é uma das alternativas apresentadas, mas está praticamente descartado. A oeste, a opção mais considerada é construir a malha junto ao Contorno Rodoviário, utilizando os canteiros centrais do Contorno Sul, o que reduziria custos com desapropriações. Outra alternativa, chamada "Extremo Oeste", é instalar o ramal a uma distância maior da capital, passando por Balsa Nova, Campo Largo, Campo Magro, Almirante Tamandaré e Itaperuçu (veja gráfico). Essa alternativa aumentaria os custos de operação, por se tratar de um trajeto maior, com 56,5 km.
A grande diferença em relação ao antigo projeto, no entanto, está no lado leste da cidade. Se com o Contorno Oeste seria possível desativar a linha que corta a capital do centro ao norte, com o Contorno Leste poderia ser desativado o ramal que cruza o sul da cidade e ultrapassa a fronteira com Pinhais. O ramal de Pinhais seria desativado. A vantagem deste novo caminho seria a integração com o aeroporto Afonso Pena e o Porto de Paranaguá. O projeto, no entanto, depende de mudanças das oficinas da Serra Verde Express, que opera o trem de passageiros entre Curitiba e Paranaguá, e da América Latina Logística (ALL), concessionária que opera a malha de transporte de cargas na Região Sul. Tanto no oeste quanto no leste está previsa uma integração com as rodovias.
Estudo
O primeiro passo para o projeto virar realidade foi dado no dia 5 de agosto, quando o prefeito Beto Richa e o presidente do Ippuc, Cléver Teixeira, estiveram reunidos com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ele determinou que técnicos do Ministério dessem início aos estudos para a elaboração de um projeto de viabilidade. No dia 18, ficou definido que em 30 dias seria assinado um termo de referência para contratar a empresa que fará o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Segundo Cléver Teixeira, só quando o estudo estiver pronto poderá ser definido o custo da obra estimado em R$ 500 milhões , qual das ideias será levada adiante e quando ela sairá do papel. Existe ainda a possibilidade de o projeto ser implantado por partes, o que pode atrasar ainda mais a retirada dos trens de Curitiba a malha da capital só poderá ser desativada quando as novas linhas estiverem funcionando.
"O projeto atende os municípios que vão ter os trilhos retirados, que são Curitiba, Almirante Tamandaré e Pinhais, e os que receberão a ferrovia. Se bem planejada, uma ferrovia pode trazer benefícios econômicos", diz Teixeira. "O projeto anterior era apenas de construção de um ramal. Agora, a possibilidade logística foi ampliada." Chamado de Plano Diretor Multimodal, o plano que prevê a construção da malha ao longo da rodovia e a linha que ligará o sul de Curitiba ao aeroporto Afonso Pena terá 51,4 quilômetros de extensão.
Para o engenheiro Gilberto Piva, vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), a ideia de retirar o transporte ferroviário de cargas de Curitiba é um consenso entre técnicos. "Ninguém quer o contorno ferroviário passando perto de seu terreno, mas em alguma lugar ele tem que passar. O poder público tem que encontrar o lugar em que ele cause o menor impacto", afirma. Ele considera viável construir a linha ao longo da rodovia. "Tinha que fazer uma faixa verde ao lado das marginais e proibir qualquer um de explorar comercialmente essa faixa. O barulho seria absorvido por essa faixa."
A assessoria da ALL informou que a empresa apoia o projeto e está à disposição para colaborar com eventuais questões técnicas. Na visão da ALL, o projeto aumentará a segurança e a produtividade, por causa da redução no número de passagens de nível, o que poderá resultar no aumento da velocidade das composições.
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