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Painel

Trincheira

Enquanto os líderes do PMDB e do PT se desdobravam ontem na tentativa de recompor a maioria pró-Renan Calheiros no Conselho de Ética, Eduardo Suplicy tratava de garantir apoio à sua permanência no órgão, do qual a tropa de choque pretende retirar não apenas o irrequieto petista mas um pequeno grupo de senadores considerados pouco enquadrados. Logo pela manhã, Suplicy trocou telefonemas com Augusto Botelho (PT-RR), Renato Casagrande (PSB-ES) e João Pedro (PT-AM) para deles obter o compromisso de que ninguém abrirá mão de sua vaga. Em seguida, deixou recado para Ideli Salvati (PT-SC), do esquadrão de Renan: "Nós quatro não temos nenhuma intenção de deixar o conselho. Não haverá renúncia".

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Caladão – Demóstenes Torres (DEM-GO) e Casagrande tentaram em vão falar com o encrencado Leomar Quintanilha (TO). O presidente do conselho ligou para o tucano Marconi Perillo (GO). Não foi atendido. Em resumo: ninguém sabe o que o peemedebista fará na semana que vem.

Um a um – Casagrande consultou dois assessores jurídicos do Senado sobre a legalidade dos atos do conselho até aqui, questão para a qual Quintanilha pede resposta antes de indicar novo relator. Um afirma estar tudo ok no processo. Outro vê problema na entrada da PF no caso.

Sinal verde – O pessebista teve longa reunião com o governador Paulo Hartung (ES). Longe de qualquer tentativa de enquadramento, pelo fato de ser do PMDB, Hartung apoiou a linha de não prejulgar – nem para condenar nem para absolver – Renan.

Tema único – Com a Casa mergulhada em escândalos "pecuários", senadores como o petista João Pedro e o tucano Arthur Virgílio vão passar o fim de semana em Parintins para a famosa disputa dos bois Garantido e Caprichoso.

Seletivo – Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz (PMDB-DF), alimenta as denúncias contra o aliado. Ele próprio, porém, esteve perto dos negócios que podem custar o mandato a Roriz.

Sorry – Terminou o litígio, que corria em segredo de Justiça, entre o ministro do STF Joaquim Barbosa e o ex-integrante do tribunal Maurício Corrêa. Interpelado, Barbosa alegou ignorar o fato de que Corrêa atuava como advogado em sessão do Supremo na qual o ministro acusou o ex-colega de traficar influência. Ou seja, Barbosa recuou.

Veja bem – Na votação que derrubou a proposta de voto em lista, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), foi ao microfone para dizer que o Planalto não tinha posição nem recomendação a respeito. Depois, absteve-se. Passou a ser chamado de José "Muro" Monteiro.

Ranking – Pós-naufrágio do voto em lista, Michel Temer defende um sistema em que sejam eleitos os deputados mais votados, independentemente do quociente atingido por seus partidos. O presidente do PMDB diz que isso evitaria o fenômeno dos parlamentares que chegam à Câmara com votações irrisórias, mas ressalva que o pré-requisito para essa mudança seria aprovar a fidelidade partidária.

Aliança 1 – Movimento PT e Articulação de Esquerda se uniram no Rio Grande do Sul e superaram o ex-Campo Majoritário na eleição de delegados estaduais para o Congresso do partido, perdendo só para o grupo do ministro Tarso Genro (Justiça). As correntes tentam agora estender o acordo para o âmbito nacional.

Aliança 2 – A união das duas tendências internas petistas também visa emplacar o nome da deputada Maria do Rosário como candidata à prefeitura de Porto Alegre nas eleições do ano que vem. Seu adversário será o ex-ministro Miguel Rossetto, que está aliado ao grupo de Tarso.

TIROTEIO

* Do advogado Luiz Eduardo Cardia, presidente do Conselho de Ética do PSDB paulistano, em resposta ao parlamentar que criticou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) por ter afirmado que o Senado "está fedendo".

– Jarbas realmente acabou de chegar ao Senado, mas por meio do voto dos pernambucanos. Diferentemente de Wellington Salgado, suplente que não teve nem sequer um voto.

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