O petista José Eduardo Cardozo debateu ações de segurança com o tucano Beto Richa: preocupação apartidária| Foto: Ricardo Almeida/AENotícias

A preocupação com a Tríplice Fronteira, o tráfico de drogas e a entrada de armamento pesado no Brasil pelo Paraná trouxe o novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao estado ontem. Acompanhado da senadora Gleisi Hoffmann (PT), ele se reuniu com o governador Beto Richa (PSDB) e o secretário de Segurança Pública (Sesp), Reinaldo de Almeida César, no Palácio das Araucárias. Na pauta, a discussão de ações integradas para a segurança pública.

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Sobre o combate ao narcotráfico, o ministro declarou que não é possível fazer nada sem a integração entre as polícias federais e estaduais. Disse ainda ser necessário um trabalho conjunto com os militares na fronteira.

"Vamos atuar sempre de forma integrada com as Forças Armadas. Sem a logística deles, não temos condições de enfrentar o problema. Já há uma disposição do ministro da Defesa [Nelson Jobim] para isso", afirmou. Ainda em fevereiro, de acordo com Cardozo, o país contará com Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) para fiscalização na fronteira e combate ao contrabando e ao tráfico. Richa frisou a importância da integração e disse que o foco na fronteira é uma "prioridade para o Pa­­raná". Para ele, não há outra for­ma de resolver os problemas na região sem esforços conjuntos. "Se ficarmos só com ações internas do governo, estaremos enxugando gelo".

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Apesar da boa vontade, o ministro não anunciou novas medidas ou se haverá verba extra da segurança para o estado. Na semana que vem, uma equipe de Cardozo visitará a fronteira para identificar os gargalos existentes. A secretária nacional de Se­­gurança Pública, Regina Miki (também presente na reunião de ontem), deve sobrevoar a região. "No Brasil discutimos antes as verbas e depois a política, o que é errado. Posteriormente, serão feitos estudos e reflexão sobre o que é necessário implantar", ressaltou o ministro. As ações de integração fazem parte de um diálogo que o ministério está mantendo com todos os estados, no entanto, Cardozo acredita que há uma "tensão" nas regiões de fronteira. "Queremos estabelecer conversas com os países vizinhos, que nem sempre têm condições para enfrentamento dos problemas".

Questionado sobre o aumento de efetivo policial para monitoramento das cidades de fronteira, o ministro afirmou que essa é uma vontade "óbvia e desejável", mas que depende de questões orçamentárias. Por isso, a União e os estados devem ter "criatividade" e "juntar esforços".

O secretário da Segurança propôs a criação de um Gabinete de Gestão Integrada no estado, que englobaria organismos de inteligência e policiais para nortear as ações, com uma sede na fronteira, ainda sem cidade definida. Ele disse também que o Paraná terá um "cinturão de proteção" na região e em municípios próximos, como Cascavel, Toledo e Medianeira.

Presídios

O governador entregou um ofício ao ministro José Eduardo Cardozo para que o Paraná receba recursos federais para construção de presídios. No ano passado, um projeto de lei que previa a liberação de verba para construir unidades penitenciárias foi enviado ao Congresso, mas o texto não foi apreciado. "Espero que a presidente Dilma possa enviar novamente ao congresso. São recursos importantes para o estado", disse Richa.

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