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Tripulantes acusados de lançar camaronês ao mar são julgados em Paranaguá

O camaronês Ondobo Happy Wilfred depõe no julgamento em Paranaguá | Oswaldo Eustáqueio
O camaronês Ondobo Happy Wilfred depõe no julgamento em Paranaguá (Foto: Oswaldo Eustáqueio)

Cinco tripulantes acusados de lançar ao mar o camaronês Ondobo Happy Wilfred são julgados desde as 9 horas desta segunda-feira (12), no Tribunal do Júri do Fórum Estadual, em Paranaguá, no litoral do estado. Os réus são quatro turcos e um georgiano. O camaronês foi ouvido pela manhã e início da tarde. A expectativa é de que o julgamento seja interrompido na noite desta segunda-feira e seja retomado na manhã de terça-feira (13).

O turco Orhan Satilmis é acusado de tentativa de homicídio, tortura e racismo. Os outros tripulantes (os turcos Ihsan Sonmezocak, Ramazan Ozdamar e Zafer Yildirim; e o georgiano Mamuka Kirkitadze) são julgados por tentativa de homicídio. O júri é composto por sete pessoas.

A partir das 16 horas, as testemunhas começaram a ser ouvidas no julgamento. No total, seis testemunhas serão questionadas: três pela defesa e três pela promotoria. Às 18h45, era ouvido o chefe de uma empresa de segurança, apontada pelos réus.

Na noite desta segunda-feira, os réus também devem ser ouvidos. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal no Paraná, o debate entre promotoria e defesa, assim como o veredicto, deve ocorrer na terça-feira.

Camaronês foi ouvido nesta segunda-feira

Pela manhã, em um depoimento de cerca de três horas de duração, Wilfred disse que não sabia que o navio maltês viria para o Brasil e que ele entrou clandestinamente na embarcação para tentar uma nova vida. "Qualquer lugar é melhor que a minha terra. No Brasil, as pessoas podem trabalhar e estudar, no meu país é tudo mais difícil", relatou.

Após o intervalo para o almoço, o camaronês foi interrogado pelo advogado dos réus. A sabatina se estendeu até as 16 horas.

O caso

Conforme a acusação, Wilfred teria entrado clandestinamente no navio de bandeira maltesa MV Seref Kuru em Porto de Douala, em Camarões, disfarçado de trabalhador portuário, no último dia 16 de junho. Depois de ser descoberto, ele teria sofrido violência física e mental e, posteriormente, teria sido lançado ao mar sobre um estrado de madeira.

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