O coronel Frederico Caldas, coordenador-geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio, afirmou na manhã de hoje que a troca de comando de 25 das 34 unidades é para "oxigenar e oferecer uma nova dinâmica" ao programa de pacificação.
Ele nega que as denúncias contra PMs tenham influenciado na mudança, mas admite que o sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43, na Rocinha (zona sul) deixou a situação do major Edson Santos, comandante da UPP local, "insustentável".
"Na verdade a dinâmica que nós obedecemos foi ajustar o perfil, alguns oficiais foram promovidos também de capitão a major e aí tem toda uma questão de hierarquia. A questão do Amarildo, essa dúvida toda que repousa sobre a ação dos policiais terem levado ele para a base da UPP [Rocinha], isso de alguma forma sobrecarregou e deixou o major Edson numa situação insustentável", afirmou Caldas à imprensa, após cerimônia de troca de comando das UPPs, na zona norte carioca.
O coronel Frederico Caldas, que ocupava o posto de porta voz da PM, completa um mês à frente do comando das UPPs no próximo domingo. Na última semana, a Folha de S.Paulo divulgou que em 76% das UPPs no Rio há denúncia contra algum policial.
Levantamento mostrou que casos ocorrem em 25 unidades pacificadas. Apesar de avanços como a queda de 68% nos homicídios de 18 áreas pacificadas, número de desaparecidos subiu 56%.
Além da UPP Rocinha, as unidades do Complexo do Alemão e do morro São Carlos também mudam o comando.
Enquanto na Rocinha, a major Pricilla de Oliveira Azevedo assume o posto, depois de ter reconhecimento internacional no trabalho feito na comunidade Dona Martha, em Botafogo (zona sul), o major Leonardo Nogueira passa a comandar o São Carlos, o capitão Ricardo Alves a UPP Fazendinha, o major Glauco Schorcht a Nova Brasília, o major Bruno Xavier o morro do Adeus e Baiana e o capitão Bruno Leite o Alemão.
Reforço itinerante
Nos próximos dias as UPPs contarão com um reforço de efetivo itinerante para reduzir os índices de criminalidade nas regiões que registram o maior número de confrontos. Segundo o coronel Frederico Caldas, a operação "União de Paz" acontecerá dentro dos princípios da polícia de proximidade.
"A expectativa é que a partir de agora a gente tenha resultados melhores. Nessas comunidades que apresentaram recentes problemas como Complexo do Alemão, Rocinha e São Carlos a gente tem uma resposta e essa resposta será o reforço do efetivo de uma maneira itinerante", disse o coordenador das UPPs.
Caldas afirmou ainda que "não vai admitir policiais sem identificação no uniforme, atuando em trajes civis e em carros particulares". "São questões pontuais que já estão sendo investigadas. As supervisões da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar também são importantes exatamente para que a gente possa fortalecer a disciplina, a cobrança e a fiscalização sobre a tropa", destacou.
Mudança "salutar"
Em entrevista à rádio CBN, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que a mudança no comando de 25 UPPs é "muito salutar"."Entendo que se um comandante é bom na Penha por que não pode ser um bom comandante no Borel? E isso quem é servidor público aprende na escola quando entrou. Alguns comandantes estão sendo retirados do processo de pacificação. Aprovei a mudança do coronel Frederico e a expectativa é muito boa", afirmou.
Beltrame ainda comentou o retorno da major Pricilla de Oliveira, primeira comandante de uma UPP, ao comando de uma unidade. Nos últimos meses ela integrava o quadro de profissionais da Secretaria de Segurança do Estado.
"A Pricilla é um emblema para a UPP. Precisávamos colocar naquele lugar alguém com um estofo no projeto de pacificação. O retorno dela ao projeto mostra a importância que damos a ele", disse.
Em entrevista à imprensa, mais cedo, Pricilla de Oliveira fez um apelo aos moradores da Rocinha para que eles tenham confiança na PM. "Há muitos anos me dedico a melhorar a qualidade de vida das pessoas que realmente precisam de nós nesses lugares e eles podem ter certeza que eu não vou fazer diferente na Rocinha. Lá eu conto com meus 700 PMs para me unir aos moradores e nos ver livre de todos esses problemas que a gente sabe que existe nas comunidades do Rio", disse.
34ª UPP
A PM anunciou hoje a implantação da 34ª UPP (Arará/Mandela) no Estado. As duas comunidades eram atendidas, anteriormente, pela UPP Manguinhos, desde janeiro, mas agora terão uma unidade exclusiva para esses locais.
"Devido ao tamanho e complexidade da região, no decorrer do processo de pacificação foi verificada a necessidade da instalação de uma UPP com administração e comando próprios", explicou a coordenação das unidades.
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