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Tropas se organizam na guerra do impeachment

Lídesres do PSDB , DEM e PPS se reuniram na sexta-feira (4). | dro Ladeira/Folhapress
Lídesres do PSDB , DEM e PPS se reuniram na sexta-feira (4). (Foto: dro Ladeira/Folhapress)

Tenho convicção de que a Operação Lava Jato entrou porta adentro do Palácio do Planalto e se instalou no gabinete da presidência.

Pauderney Avelino (AM) deputado líder da bancada do DEM.

A oposição no Congresso Nacional se reorganiza novamente na tentativa de dar força ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Já anunciou que a partir de segunda-feira (7) vão obstruir a pauta de votações até que a comissão especial do impeachment seja instalada. A última fase da Lava Jato, com foco no ex-presidente Lula, é o terceiro episódio, em menos de 15 dias, que provoca ebulição em Brasília. Antes disso, entre o fim de dezembro até início de fevereiro, a própria oposição já admitia um esmorecimento do impeachment.

A oposição reconhece agora que os três episódios – todos ligados à Lava Jato – dão novo fôlego à tentativa de tirar o mandato de Dilma, mas são unânimes em sinalizar que é a delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) o fato com mais potencial para dar ânimo ao processo que tramita na Câmara.

No dia 23, o pedido de prisão do marqueteiro do PT João Santana – e a possibilidade de uso de dinheiro ilícito na campanha de Dilma – fez com que a oposição alimentasse a cassação via Justiça Eleitoral. A pedido do PSDB, já tramitam quatro representações no Tribunal Superior Eleitoral que sustentam que houve abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2014 do PT.

Da última fase da Lava Jato, os opositores admitem nos bastidores esperar dois desdobramentos. Eles dizem acreditar que a operação com foco em Lula turbina as manifestações marcadas para o dia 13; além disso, aguardam o aprofundamento das investigações, a partir do material colhido, na expectativa de fatos que possam se conectar ao Planalto.

“Esta operação não tem nada a ver com a presidente Dilma”, diz o líder do PT na Câmara, Afonso Florence. “Esta questão que envolve o ex-presidente Lula deverá ser resolvida no foro adequado, que são os tribunais, a Justiça. Esta não é uma questão eminentemente política. É uma questão de polícia”, diz o senador Aécio Neves (PSDB).

Já a delação de Delcídio alimentou, na avaliação de opositores, o processo de impeachment na Câmara. Em depoimento, o senador teria acusado Dilma de negociar a nomeação de um ministro no Superior Tribunal de Justiça. Na terça (8), o fato será “aditado” pela oposição ao pedido de impeachment. A oposição também fará uma solicitação para ter acesso a imagens do Palácio do Planalto que foram citadas por Delcídio.

“A alternativa mais curta, pelos trâmites previstos, seria o impeachment. Agora, o impeachment passa pelo número chamado ‘342’ votos de deputados, autorizando a abertura do processo. Esse número já existe? Acho que hoje não. É preciso que as evidências construam esse número”, diz José Agripino Maia, presidente do DEM.

Esse ato [convocar a militância] revela pouca sensibilidade de dirigentes petistas. Esta questão não será resolvida no braço, nas ruas, será resolvida nos tribunais.

Aécio Neves (MG) presidente nacional do PSDB.

Precisamos encontrar, dentro da Constituição, uma saída o quanto antes. Seja através de um impeachment, seja através da cassação da chapa pelo TSE, mas o quanto antes.

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) senador líder da oposição

A operação vai resultar em evidências. Ninguém faz uma operação dessas sem

que haja consequências.

José Agripino Maia presidente nacional do DEM

O impeachment perdeu toda a densidade política, não tem densidade jurídica, então se busca fato para sustentar uma disputa política prolongada em cima da crise. A oposição se beneficia disso, porque não tem lastro social, eleitoral. Perdeu a eleição e é contra o programa de melhoria da qualidade de vida do povo.

Afonso Florence (BA)deputado líder da bancada do PT.

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