Autores renomados como Eça de Queiroz, Franz Kafka e Jorge Amado estão agora mais perto da população de Curitiba. Com a inauguração, na última quinta-feira, das primeiras Tubotecas nas quatro estações-tubo da Praça Rui Barbosa, as pessoas que andam de ônibus na capital ganharam um incentivo a mais à leitura e ao contato com grandes nomes da literatura.
O funcionamento é simples: basta pegar um livro sem a necessidade de cadastro e sem prazo para devolução , levá-lo para casa e aproveitar o conteúdo da obra escolhida. Ao término, é só devolver a publicação em qualquer Tuboteca. "Manteremos à disposição dos usuários, em média, cem livros por estação, diariamente", diz Mariane Torres, coordenadora de literatura da Fundação Cultural de Curitiba, responsável pelo projeto.
Impressão
Entre os curitibanos, a iniciativa foi vista com bons olhos e como um ganho cultural para a cidade. "Eu sou uma devoradora de livros. A cidade estava precisando de algo assim, para ter mais cultura circulando", afirma a funcionária pública Jaqueline Duarte, que faz uso diário da linha Pinhais/Rui Barbosa. "Eu sou fã de Jorge Amado e agora que eu descobri os livros dele aqui no tubo do ônibus, vou aproveitar para ler todos que puder", completa.
O aposentado Odair Proença disse que, ao saber da novidade, precisou parar na primeira estação para ver de perto. E saiu satisfeito, pois encontrou o livro Quase Memória, de Carlos Heitor Cony, que tanto queria ler. "Eu sempre incentivei esse hábito de trocar livros. Quando tinha aquela campanha de deixar nos bancos das praças, sempre estava com alguma literatura embaixo dos braços. Essa ideia foi ótima e vou avisar para todos os meus colegas aproveitarem essa oportunidade."
O casal de estudantes Juliana Macedo e Caio Soares vê a Tuboteca como uma alternativa positiva para quem for prestar vestibular. "Aqui tem alguns dos livros cobrados pela UFPR, como o Santo e a Porca e o Auto da Barca do Inferno. Para quem estiver se preparando para a prova, será uma ótima ferramenta", diz Juliana, que se surpreendeu em ver de perto, pela primeira vez, a obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. "Ideia nota 10", resume Caio.