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CURITIBA

Tubotecas têm prateleiras vazias duas semanas após inauguração

Prateleiras na estação-tubo da linha Boqueirão, na Praça Carlos Gomes, com apenas um exemplar à disposição | Henry Milleo / Agencia de Noticias Gazeta do Povo
Prateleiras na estação-tubo da linha Boqueirão, na Praça Carlos Gomes, com apenas um exemplar à disposição (Foto: Henry Milleo / Agencia de Noticias Gazeta do Povo)
Na estação-tubo da Rua Lourenço Pinto, na Praça Carlos Gomes, não sobrou nenhum livro na manhã desta quarta-feira (17) |

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Na estação-tubo da Rua Lourenço Pinto, na Praça Carlos Gomes, não sobrou nenhum livro na manhã desta quarta-feira (17)

Na estação-tubo Praça Rui Barbosa, da linha Centenário/Campo Comprido, os livros novos ficam apenas alguns minutos na prateleira depois que são devolvidos ou doados por usuários da Tuboteca |

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Na estação-tubo Praça Rui Barbosa, da linha Centenário/Campo Comprido, os livros novos ficam apenas alguns minutos na prateleira depois que são devolvidos ou doados por usuários da Tuboteca

Um usuário do transporte coletivo de Curitiba consulta os títulos disponíveis em uma das Tubotecas da Praça Rui Barbosa |

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Um usuário do transporte coletivo de Curitiba consulta os títulos disponíveis em uma das Tubotecas da Praça Rui Barbosa

Fundação Cultural de Curitiba relatou que sucesso das primeiras semanas do projeto foi maior que o esperado |

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Fundação Cultural de Curitiba relatou que sucesso das primeiras semanas do projeto foi maior que o esperado

As Tubotecas, bibliotecas informais instaladas em estações-tubo do transporte coletivo de Curitiba, têm experimentado a solidão, sentimento tratado em algumas das obras literárias que ocupavam o espaço das prateleiras em sua inauguração, no último dia 28 de março. Com capacidade para guardar até 150 livros, as Tubotecas têm convivido nos últimos dias com poucos títulos – quando muito cinco ou seis exemplares que não despertam a atenção. Com isso, os usuários do transporte coletivo da capital paranaense dividem-se entre o entusiasmo com a ideia e a frustação de nem sempre sair com uma opção de leitura para os deslocamentos de ônibus.

Em um fim de tarde ensolarado, nesta quarta-feira (18), em tubos da Praça Carlos Gomes e da Praça Rui Barbosa, mal dava tempo para os títulos se assentarem na prateleira que em segundos já eram disputados por pessoas de todas as idades. A falta de opções era evidente, mas, apesar disso, provocava um misto de satisfação e frustração entre os amantes da leitura.

Alisson Ferreira, 25 anos, técnico de manutenção, se escorou ao lado da pequena biblioteca com o livro que pegou na semana passada embaixo do braço. Morador de Campo Largo, ele mudou de hábitos desde que o projeto começou a funcionar e passou a pegar o biarticulado na Praça Rui Barbosa para conseguir emprestar as obras. "Estou aqui esperando alguém deixar algum livro bom pra que eu possa levar pra ler. Eu mesmo já deixei vários aqui", contou.

Ferreira voltou para casa com um livro deixado por uma moça apressada na mochila, que largou o título sem nem dar chance de os observadores verem o título. Já a estudante Nicole Torres Pacheco, 13 anos, não teve a mesma sorte. Depois de passar o olho entre as cinco opções disponíveis – além de uma revista de religião –, desistiu da busca e andou em direção à porta número 1 para esperar o ônibus. "Eu faço um curso preparatório [para um processo seletivo] e os livros de literatura me ajudam bastante na língua portuguesa, só que hoje não tinha nenhum do meu interesse", disse.

Fundação comemora bom resultado

A falta de livros é vista como resultado do sucesso do projeto pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC). O presidente da entidade, Marcos Antonio Cordiolli, reconhece uma demanda ainda a ser atendida, mas celebra o sucesso das primeiras semanas do projeto. "Não consideramos [as prateleiras vazias] um problema, consideramos uma vitória, porque a partir do momento que faltam títulos significa que ainda há uma demanda reprimida. Em uma prospecção inicial – que costuma ter uma hipótese simplista –, não achávamos que seriam tantas as pessoas interessadas na leitura", comemorou.

Mas a "solidão" das prateleiras, no que depender dos organizadores do projeto, estão com os dias contados. Ainda demora um pouco para que novos títulos passem a circular pela cidade, mas inúmeras instituições demonstraram interesse em doar livros em grandes quantidades. Já está confirmada a doação, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), de 5 mil volumes.

Universidades e empresas privadas também demonstraram interesse e logo devem fechar grandes doações. Além disso, um edital para grandes doações foi aberto no último dia 1º de abril.

O presidente da FCC conta que existe também um plano de expansão, inclusive com a formação, a médio prazo, de uma equipe de funcionários destinados para atuar exclusivamente no projeto. "Temos interesse em manter em 10 tubos nessa primeira fase. Mais tarde existe a possibilidade de instalarmos esses espaços em parques e outros estabelecimentos, mas ainda precisamos de um lugar maior para fazer higienização dos livros, automóveis e pessoas para distribuir os livros. Essa parte hoje é feita com nosso pessoal de literatura, no entanto, à medida que o projeto cresça, precisamos de um pessoal para fazer especificamente esse trabalho", alerta.

Doações individuais

Os usuários das bibliotecas também podem fazer a sua parte para que as opções de leitura aos novos leitores sejam ampliadas. As doações, de qualquer livro, são abertas para todo o público. Não é uma garantia de que as prateleiras vão deixar de ficar solitárias, já que os livros param pouco em um mesmo ponto, mas certamente é uma forma de fazer leitores felizes. Para doar um livro, basta deixar a obra em qualquer uma das tubotecas de Curitiba. Confira o box com os locais onde funcionam os postos de troca do projeto.

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Vida e Cidadania | 1:23

Sucesso do projeto da Fundação Cultural que instalou pequenas bibliotecas para a troca de livros sem burocracia faz com que faltem títulos para os leitores levarem para casa. Confira depoimentos de leitores que voltaram para casa de mãos vazias.

Sucesso das tubotecas esvazia prateleiras

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