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Tucano e petista cobiçam aliança com PMDB

São Paulo – Considerado peça fundamental para a governabilidade do país, seja quem for o vitorioso nestas eleições presidenciais, o PMDB é alvo principal na costura de alianças para o segundo turno, tanto pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pelo PSDB de Geraldo Alckmin. Nessa corrida por apoios peemedebistas, o petista largou na frente: dos 27 estados, ele tem apoio das principais lideranças da legenda em 14 deles. O tucano tem o PMDB em nove estados. Em quatro, incluindo São Paulo e Rio, caciques do partido estão divididos ou ainda não definiram posição.

Na busca por votos do PMDB, Lula e Alckmin já enfrentaram constrangimentos. O presidente, ao receber o apoio declarado de duas velhas raposas do PMDB, Jáder Barbalho (PA) e Newton Cardoso (MG). O tucano, ao aceitar apoio ruidoso do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

Não há mistério sobre os motivos que fazem Lula e Alckmin cobiçarem o PMDB. A legenda é a maior do país, com estrutura em todos os estados, e terá em 2007 a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 89 cadeiras, e a segunda maior do Senado, com 15 parlamentares.

O PMDB ainda elegeu no primeiro turno quatro governadores: do Amazonas (Eduardo Braga), do Espírito Santo (Paulo Hartung), do Mato Grosso do Sul (André Puccinelli) e do Tocantins (Marcelo Miranda). E ainda disputa o segundo turno em outros seis: Goiás (Maguito Vilela), Paraná (Roberto Requião), Paraíba (José Maranhão), Rio de Janeiro (Sérgio Cabral), Rio Grande do Norte (Garibaldi Filho) e Santa Catarina (Luiz Henrique).

Governadores

Dos quatro governadores peemedebistas eleitos no primeiro turno, dois apóiam Lula: Eduardo Braga (AM) e Marcelo Miranda (TO), um apóia Alckmin: André Puccinelli (MS), e um outro deve ficar neutro: Paulo Hartung (ES). Nos estados em que o PMDB ainda tem chance de vitória no segundo turno, só no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina a preferência é pelo tucano Alckmin.

Considerando os cinco que mais agregam força – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul –, levando-se em conta o total de eleitores, a situação é mais positiva para Lula. Ele é apoiado pelos caciques peemedebistas mineiro e baiano, enquanto o tucano conta com a força do PMDB gaúcho, do atual governador Germano Rigotto e do senador Pedro Simon.

Em São Paulo, o partido está dividido. O ex-governador Orestes Quércia não deve oficializar apoio a ninguém, apesar da preferência pelos petistas. Já o presidente nacional do partido, o deputado reeleito Michel Temer, declarou apoio a Alckmin. "Na próxima terça-feira faremos reunião com prefeitos do partido para buscar adesões."

No Rio, também há divisão. O candidato ao governo Sérgio Cabral (PMDB) oficializou sua dobradinha com Lula, enquanto Garotinho foi de Alckmin, o que gerou crise com reflexo eleitoral ainda não avaliável.

Em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, os principais caciques do PMDB fecharam apoio a Lula nesta semana, entre eles o ex-ministro Saraiva Felipe e Newton Cardoso. No estado, porém, a principal liderança política continua sendo o governador tucano Aécio Neves, reeleito com ampla vantagem, o que deve contrabalançar o apoio peemedebista.

No Paraná, onde haverá segundo turno, a situação é de indefinição. O governador Roberto Requião (PMDB), que tenta a reeleição, até agora se mostrou neutro oficialmente, mas tende a fechar acordos com o PT de Lula, o que não declara oficialmente.

Governistas

Enquanto não se pode afirmar quem sairá fortalecido dessa disputa – se o PMDB governista de Renan Calheiros, José Sarney, Jáder Barbalho e Geddel Vieira Lima, ou se o PMDB alckmista de Michel Temer, Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos –, a única certeza é que a legenda, apesar de sua força nacional, cada vez mais caminha dividida.

Seu presidente nacional acredita que, seja quem for o vitorioso, a união da sigla pode ocorrer após a definição eleitoral. Um cacique do partido, no entanto, garante que acha muito mais difícil os alckmistas aderirem ao governo se Lula for reeleito do que os peemedebistas governistas de hoje passarem a integrar a base aliada no caso de Alckmin ser o escolhido no próximo dia 29. "Pelo simples fato de que esse povo que apóia Lula sempre foi governista e vai acabar dançando conforme a música", afirmou o peemedebista.

Geddel, que foi fiel escudeiro do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso e nesta eleição aderiu à candidatura do presidente Lula ainda no primeiro turno, defendeu que a reunificação do PMDB é mais provável caso o petista conquiste o segundo mandato. "Se o presidente for reeleito, poderá aglutinar o PMDB."

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