São Paulo – O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, sugeriu que a polícia deveria investigar se o PT está por trás ou teria alguma vinculação com as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. A declaração de Alckmin repete as insinuações do presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), de que o Partido dos Trabalhadores teria um elo com o crime organizado em São Paulo.

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"Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso, mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política. Cabe aos órgãos policiais a investigação profunda dos fatos e suas origens", afirmou Alckmin.

O vice na chapa do PSDB, senador José Jorge (PFL-PE), disse também estranhar a proximidade dos atentados da divulgação de pesquisas eleitorais que indicam melhora dos índices de Alckmin. Entretanto, afirmou não ter elementos suficientes para vincular o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PCC. "Toda vez que tem uma pesquisa a favor do Alckmin, o PCC faz alguma coisa. Isso pode ser coincidência, mas tem acontecido", argumentou.

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O PT reagiu à declaração do presidente do PFL. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que em nota que a declaração de Bornhausen foi oportunista. "Lamento que um senador da República aja de forma tão irresponsável e golpista, usando do oportunismo em um assunto de tamanha gravidade como a crise e a violência que se alastra no estado de São Paulo", diz a nota assinada por Berzoini.

O candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, considerou "estranho" que os ataques do PCC aconteçam durante o período de campanha eleitoral. O candidato lembrou do caso Jilmar Tatto, ex-secretário municipal de São Paulo durante a gestão Marta Suplicy (PT). Segundo inquérito da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Santo André, Tatto teria influência sobre perueiros que seriam ligados à facção criminosa PCC. A acusação foi considerada pelo ex-secretário como "infundadas" e que suspeitava de "cunho político" nas investigações.

As declarações de Bornhausen tiveram uma repercussão polêmica no meio político. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, rebateu as críticas e disse que o senador pefelista tentava se aproveitar "eleitoralmente" da crise em São Paulo. O candidato a vice-governador em São Paulo Alberto Goldman afirmou que PCC é que aproveita o momento eleitoral para pressionar o governo do estado.