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confusão

Tumulto em protesto por retorno às aulas na Uerj deixa três feridos

Ao menos três pessoas ficaram feridas, entre elas uma menina de 12 anos, num tumulto durante um protesto de pais e alunos do CAP-Uerj (Colégio de Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro), na manhã desta quarta-feira (11), por volta das 10h30, na porta da reitoria da universidade, na Tijuca, zona norte carioca.

Pais e alunos protestavam pelo retorno das aulas, que deveriam ter começado no último dia 2, mas foram adiadas pela terceira vez para o próximo dia 23. Segundo a reitoria, o atraso acontece por falta de repasse de verba do governo estadual para o pagamento de empresas terceirizadas de limpeza, segurança e manutenção.

A manifestação reuniu cerca de 50 pessoas, que se aglomeraram na única porta de acesso ao gabinete do reitor. Pais e alunos formaram um cordão de isolamento impedindo a entrada e saída de funcionários do local – com a exigência de que ao menos um representante do ato fosse ouvido pelo reitor.

Os seguranças da Uerj, então, empurraram a porta de entrada de vidro contra os manifestantes e iniciaram o tumulto com empurrões. Houve gritaria e corre-corre. Pais e alunos foram arremessados no chão. “Eles saíram empurrando sem diálogo. Um segurança foi direto para cima do menino que é presidente do grêmio estudantil. Aí minha reação foi protegê-lo”, contou o fotógrafo e documentarista João Ripper, 61, pai de um aluno de 12 anos do CAP.

Ripper sofreu ferimentos leves nas mãos. Uma menina de 12 anos caiu no chão e sofreu arranhões na perna e um segurança também teve ferimentos leves. “Houve agressão mútua. Nosso agente tomou dois tapas na cara e está com o joelho machucado e o braço todo arranhado”, afirmou Cleber Rebello, chefe de Segurança da Uerj.

O presidente do grêmio estudantil do CAP-Uerj, Matheus Zanon, 16, também foi agredido, mas não se feriu. Ele sofreu empurrões e foi jogado no chão por um dos seguranças. “A gente estava reivindicando só uma reunião com a reitoria. Com isso, os seguranças começaram a forçar o nosso cordão de isolamento e um deles caiu pra cima de mim. Num primeiro momento um pai me protegeu, mas acabou agredido e depois o segurança se agarrou na minha perna e me jogou no chão. Em seguida fui resgatado por alguns integrantes do ato”, disse o adolescente, ao lado da mãe, que se emocionou ao ver o filho após o episódio.

“É um absurdo bater num adolescente. Esse segurança foi pra cima do Zanon porque ele é o representante dos estudantes. Ele saiu já na direção dele”, lamentou a mãe de outro aluno, Jezebel Queiroz, 49.

Polícia

Os pais e os alunos acionaram a Polícia Militar, que levou todos os envolvidos para a 18.ª Delegacia de Polícia na Praça da Bandeira (zona norte). A reitoria da Uerj ainda não se manifestou sobre o caso.

Quanto ao atraso no repasse, o reitor da universidade, Ricardo Vieiralves de Castro, divulgou nota na última segunda (9) afirmando que “a instituição sofre com a grave crise fiscal que o Estado do Rio atravessa”.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), determinou no início do ano um corte de 20% do orçamento do Estado, que terminou o ano de 2014 com deficit primário de R$ 7,3 bilhões – o maior desde a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e 30% acima do esperado.

A Secretaria Estadual de Fazenda disse, em nota divulgada também na segunda, que a próxima liberação de recursos à Uerj será no dia 17 de março. O valor desse repasse, porém, não foi informado.

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