Muita confusão marcou a reconstituição do caso Joaquim nesta sexta-feira, 22, à tarde, em Ribeirão Preto (SP). Apesar de todo o esquema de segurança montado com antecedência pela polícia, com o apoio do setor de trânsito da prefeitura de Ribeirão Preto houve tumulto em várias ocasiões e tentativas de agressão ao padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, Guilherme Longo, suspeito da morte na madrugada do dia 5.

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A reconstituição durou cerca de duas horas, e Longo, vestindo uma camisa vermelha, com um colete preto à prova de balas, foi recebido no Jardim Independência, onde residia, aos gritos de "assassino" e pedidos de justiça. Antes disso, havia enfrentado protesto ao deixar a Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Ele participou de tudo e mostrou aos peritos todos os passos que diz ter dado na madrugada em que Joaquim desapareceu. Afirmou como saiu e como chegou, e mostrou a restituição até mesmo do momento em que teria fechado o portão com o cadeado, mas deixado a porta apenas encostada. O momento mais tenso foi quando ele caminhou mais de um quilômetro da casa até o local, onde diz ter ido sem sucesso tentar comprar cocaína.

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Muitos manifestantes tentaram furar o bloqueio policial que tinha o reforço até da cavalaria. Alguns estiveram bem perto de conseguir agredir fisicamente o suspeito, que foi hostilizado o tempo todo. Depois de explicar na prática a versão, Longo foi levado de volta à delegacia e, em seguida, mandado de novo para a cadeia de Barretos (SP), onde está preso desde o dia 10 - data em que o corpo de Joaquim foi achado boiando no Rio Pardo.

A mãe do garoto, Natália Ponte, que também está presa, não participou da reconstituição. "Não vejo a necessidade de colocá-la com ele na mesma cena", disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro. Mais cedo, Natália havia sido ouvida em novo depoimento, assim como o padrasto. A polícia diz montar quebra-cabeça que foi o sumiço do garoto.Satisfatória

Castro considerou bastante satisfatória a reconstituição para ajudar a elucidar o caso. Ele ainda deve ouvir mais algumas testemunhas e aguarda os laudos dos exames realizados em tecidos retirados do corpo do menino. A polícia defende a tese de que Joaquim, que era diabético, recebeu uma dose excessiva de insulina e foi jogado no córrego perto de sua residência. A polícia constatou que desapareceram 30 doses de insulina. Na versão dele, o padrasto alega que autoinjetou todo o remédio, durante uma crise de abstinência e que acredita que o menino tenha sido levado por alguém que pode ter entrado no imóvel. Após a reconstituição, o delegado descartou que exista uma terceira pessoa envolvida no caso.