O aplicativo Uber pretende lançar o serviço de operação das caronas compartilhadas em Curitiba já nas próximas semanas. A informação foi divulgada para motoristas interessados em estabelecer parceria com a multinacional. Oficialmente, a empresa não confirma o início da operação na capital paranaense. Mas o cadastro para motoristas interessados está aberto desde o dia 16 de fevereiro.
Em comunicado enviado aos interessados, a empresa divulgou que pretende lançar em Curitiba o uberX, versão mais barata do serviço, que aceita qualquer tipo de carro, desde que seja um modelo com quatro portas, ar-condicionado e posterior a 2008. Um mesmo carro pode ter mais de um motorista cadastrado.
A empresa está na fase de prospecção para cadastrar um número de motoristas aptos em número suficiente para dar conta da demanda na cidade. Hoje muitos curitibanos já tem o aplicativo instalado e questionam a Uber sobre o serviço. Além disso, os motoristas parceiros são livres para ficar online a qualquer horário. Como não há obrigação de um número mínimo de horas diárias, não há como estimar um número mínimo de motoristas necessário para lançar o serviço.
Para incentivar o cadastro do maior número possível de pessoas, a empresa aposta no sistema de indicação. Cada motorista pode convidar quantos amigos quiser para utilizar o sistema. Se o convidado fizer um número mínimo de 20 corridas, ganha R$ 100; quem fez o convite ganha R$ 400. A informação foi divulgada aos motoristas cadastrados.
Para serem aceitos no sistema da companhia, os condutores devem apresentar certidão de antecedentes criminais, documentação em dia do carro (com seguro obrigatório) e carteira de habilitação com “EAR” (sigla para “exercer atividade remunerada”). Já os usuários devem ter cartão de crédito aprovado.
A área de abrangência do uberX em Curitiba ainda não foi divulgada. Somente dentro deste perímetro é possível chamar um carro pelo aplicativo.
A empresa não tem previsão de lançar em Curitiba a versão de luxo UberBLACK, hoje disponível em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. A empresa também não opera no Brasil o modelo “Uber Taxi”, em que taxistas podem se cadastrar como motoristas no aplicativo.
A tarifa do serviço para Curitiba ainda não foi definida. Em Porto Alegre, o uberX tem um preço base de R$ 3, mais R$ 0,25 por minuto e R$ 1,45 por quilômetro rodado. No entanto a empresa trabalha com uma tarifa dinâmica, que fica mais cara nos horários em que há muita demanda para o aplicativo. É uma forma de incentivar os motoristas a ficarem online e ofertar o serviço de carona pelo aplicativo.
Não confirma
Em nota divulgada na última semana, a empresa diz estar “avaliando a possibilidade de Curitiba receber a Uber em algum momento de 2016”. O anúncio oficial deve ser feito somente quando “houver algo definitivo”.
A empresa argumenta que hoje há processos em aberto em mais de 360 cidades do mundo, o que não significa que estes locais estejam na iminência de contar com o serviço. Em Curitiba, mesmo, há vagas de emprego para executivos da Uber desde 2014.
Legislação
A Uber tranquilizou os colaboradores em potencial quanto à legalidade do serviço. Em Curitiba, o vereador Chico do Uberaba tenta aprovar na Câmara um projeto de lei que institui multa de R$ 1,7 mil para motoristas da Uber, a chamada “lei dos taxistas”.
A empresa enfrenta brigas similares em outras cidades brasileiras, como São Paulo, onde opera com base em liminar judicial. A multinacional aposta na previsão legal de “transporte privado individual”, que se oporia à noção de “transporte público individual”, que seria o táxi.
Desde que começou a operar no Brasil, a Uber não precisou sair do ar em nenhuma cidade com cobertura. Além disso, a Uber garante assessoria financeira e jurídica a qualquer colaborador que enfrentar algum tipo de problema enquanto dirige, como os casos em que motoristas do serviço foram agredidos por taxistas em outras cidades do país.
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