“Os dois regimes eram opressores e perdemos totalmente a liberdade. Mas sabíamos que os soviéticos queriam dominar nossa região. A ideia era tentar outra vez a independência.” Galat Wolodynyr, 87 anos, que após a guerra viveu em um campo de refugiados por 12 meses e depois veio morar no Brasil| Foto: Alexandre Mazzo
Galat vivia numa região que sofreu mais com os ataques dos russos do que dos alemães
O pai de Galat era líder na região e uma vez sugeriu aos soviéticos criar uma guerrilha, mas eles disseram:
Galat trabalhou na construção de linhas telefônicas para fugir do trabalho forçado
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Quem estava na Ucrânia Oci­­dental e não era judeu, como Wolodynyr Galat, sofreu muito mais com a perseguição dos soviéticos do que com a dos nazistas. Isso porque, conta Galat, os sovié­ticos chegaram às pequenas cidades ucranianas e diziam que queriam libertá-los do jugo capitalista, sem ao menos perguntar se a população gostaria de ficar sob o comando do socialismo. "Meu pai era diretor de uma escola e um líder da região. Uma vez um oficial do exército soviético foi lá na escola e meu pai sugeriu a ele criar um comitê revolucionário. O homem ficou nervoso e disse que estava ali para libertá-lo. Meu pai decidiu mudar de cidade."

Galat migrou com o pai de um vilarejo na região de Ternopil para Buchach. Ali, ficou sob o comando dos nazistas. Viu colonos perderam suas propriedades e, para evitar o trabalho forçado imposto pelos alemães, decidiu trabalhar em uma organização telefônica.

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"Os dois regimes eram opres­­sores e perdemos totalmente a liberdade. Mas sabíamos que os soviéticos queriam dominar nossa região", conta. Quando a guerra acabou, seu cunhado, que era técnico em laticínios, convidou-o a vir morar no Brasil.

Galat Wolodynyr