• Carregando...
Catarina identificou as possíveis irregularidades na aquisição das cotas | Fabio Dias/ Gazeta do Povo
Catarina identificou as possíveis irregularidades na aquisição das cotas| Foto: Fabio Dias/ Gazeta do Povo

Histórico

Uningá teve caso de fraude no Prouni

Em maio deste ano, o programa Fantástico denunciou que três universitárias de classe alta de Maringá recebiam bolsas do Programa Uni­­versidade para Todos (Prouni) na Faculdade Ingá (Uningá), desde 2008. O Ministério da Educação (MEC) instaurou um processo administrativo para apurar o caso, e desvinculou a Uningá do Prouni.

As três estudantes de Medicina deixaram de pagar, juntas, quase R$ 300 mil em mensalidades. A Polícia Federal investiga o caso.

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) abriu sindicância para apurar irregularidades no ingresso de 184 estudantes pelo sistema de cotas sociais da instituição, destinadas para alunos de baixa renda. O número equivale a mais de um terço dos 596 alunos beneficiados pelas cotas em 2010, primeiro ano em que a UEM aplicou o sistema. Na quarta-feira, um debate no Fórum Educação Pública levantou a polêmica ao apresentar casos suspeitos, como o de um estudante de Engenharia de Produção, cujo patrimônio da família está estimado em R$ 1.039.000, mas que entrou pelas cotas porque a renda tributária familiar anual é de R$ 12.834. Se comprovadas as irregularidades, os acadêmicos beneficiados irregularmente podem perder as vagas.A pró-reitora de ensino da UEM, Edinéia Rossi, explicou que até que se chegue a alguma conclusão de irregularidade, os alunos continuarão frequentando as aulas normalmente. "A sindicância tem o trabalho de averiguar se há alguma irregularidade nos documentos fornecidos pelos alunos ou se houve algum equívoco na análise feita pela comissão de aferição", disse. "Se houver comprovação de alguns desses casos, o aluno poderá ter a matrícula cancelada."

Ainda assim, segundo Edinéia, o que parece é que os alunos se valeram da forma como o edital foi apresentado, que dava margem para irregularidades. Para comprovar o rendimento da família, basta que se apresente a declaração de imposto de renda feita à Receita Federal ou holerite. No caso do estudante milionário que se tornou cotista de Engenharia, a renda declarada da família era compatível ao que a universidade exigia. Como a família dele tem três pessoas, a renda é de R$ 356,5 per capita todo mês, abaixo do limite de 1,5 salário mínimo. Para terminar com a brecha, a UEM estuda implantar a exigência de apresentação de declaração de bens e patrimônio do candidato.

A assistente social Catarina Teruco Makiyama é integrante da comissão que faz a aferição dos dados dos candidatos às cotas sociais, e foi quem identificou as possíveis irregularidades. Segundo ela, o valor estimado do patrimônio foi desconsiderado na avaliação no caso dos candidatos supostamente ricos. Por outro lado, a comissão levou em conta tanto o valor do patrimônio, como o da renda tributária, no caso de estudantes realmente carentes. "São dois pesos e duas medidas", criticou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]