A importância do ingresso de estudantes com pensamento crítico, formação não apenas técnica, mas também voltada para o lado humano, e capazes de agir como agentes da transformação social foram alguns dos pontos destacados ontem em uma mesa redonda organizada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) para discutir a inclusão da prova de Filosofia no vestibular 2007.
Participaram do debate professores da universidade, do ensino médio, estudantes e convidados como o professor de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo), Renato Janine Ribeiro, a professora Telma Birchal, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o professor Ademir Pinhelli, da Secretaria Estadual de Educação e o deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT), autor do projeto de lei que prevê o ensino de Filosofia e Sociologia no ensino médio a partir do ano que vem.
"Nosso objetivo é apresentar e discutir com os professores a opção por prepararmos um programa de prova centrado na leitura de textos filosóficos, tentando evitar que a Filosofia fique limitada às apostilas", afirma o coordenador do evento, Eduardo Barra.
A disciplina será cobrada apenas na segunda fase do vestibular para os cursos de Filosofia, Direito e Medicina. Para a professora do curso de Direito, Vera Chueiri, a mudança vem ao encontro com o perfil atualmente esperado para o estudante do curso. "Sabemos que não basta conhecer as leis. O conhecimento de conceitos que envolvam a ética e a moral aliados à uma postura crítica fazem toda a diferença", afirma.
A professora do curso de Medicina, Claudete Reggiani, compartilha da mesma opinião. "Optamos por incluir a Filosofia no lugar da biologia porque acreditamos que o que se cobra de conteúdos biológicos na primeira fase é suficiente. Acreditamos que uma formação mais humanística será capaz de proporcionar no futuro uma melhor relação do médico com o paciente", diz.
Professor de Filosofia da UFPR, Emmanuel Appel destacou que o que se vê hoje é uma juventude conformada e pouco contestadora. "É na tentativa de mudar isso que está a função social da Filosofia. É pensar de forma crítica aquilo que já está estabelecido pela sociedade, e não encarar tudo como uma fatalidade", afirma.
Para a professora Telma Birchal, o grande desafio dos professores está em despertar no aluno o interesse pela disciplina, porque para muitos estudantes a Filosofia é vista como algo complicado e abstrato. "Do jeito que são elaboradas, as questões não favorecem o aluno que vem com o conteúdo decorado. Claro que o que será cobrado está determinado no programa, portanto é possível que o aluno estude e se prepare, mas a capacidade de reflexão, raciocínio e argumentação é fundamental", ressalta.
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