Professores convidados pela Gazeta do Povo avaliaram as provas| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Exatas

Matemática, Química e Física, as mais pedidas

Cobradas em boa parte das en­genharias e exatas, as disciplinas de Exatas estão entre as mais cobradas da segunda fase. Ma­te­mática cai em 15 cursos, Quí­mica em seis, e Física em cinco. A prova de Matemática foi abrangente e bem distribuída, na opinião do professor Peter Chun Hao Pan, do Curso Acesso. O fato de as perguntas possibilitarem mais de um tipo de resolução foi outro ponto positivo, pois privilegiou o aluno que estuda e tem criatividade.

Física estava bem dividida entre questões de mecânica, eletricidade, ótica e termologia. Mas foi uma prova muito longa, com muita exigência de cálculos, segundo o professor Paulo Sérgio Maniesi, do Dom Bosco. O docente avalia que o aluno tinha condições de fazer cinco, no máximo seis questões bem feitas durante as 2h30 de prova.

Química foi a prova mais criticada pelos professores, em especial por ter cobrado apenas uma questão da temática orgânica. "A UFPR acabou priorizando a físico-química e sentimos falta de vários assuntos", conta o professor Cláudio Elói Vieira, do Curso Acesso.

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Avaliação

Instituições podem checar resultado preliminar do Enem

As instituições de ensino podem conferir o resultado preliminar, por escola, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013. Os dados podem ser acessados exclusivamente pelas instituições, na internet. O resultado preliminar foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As instituições têm dez dias para apresentar recurso em caso de discordância em relação aos resultados. Os resultados finais do Enem por escola serão divulgados depois que os recursos forem analisados.

Os dados são calculados para os estabelecimentos de ensino que tenham, no mínimo, dez concluintes matriculados no ensino médio regular seriado e 50% de alunos participantes do Enem. São considerados concluintes aqueles que cursam a terceira série do ensino médio, excluídos os do ensino não seriado, conforme os dados do Censo da Educação Básica de 2013.

Veja a correção das provas da 2.ª fase do vestibular UFPR 2015

Professores dos cursos Acesso, Dom Bosco e do colégio Bom Jesus resolvem as questões e comentam em vídeo o exame.

Veja a correção completa

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A segunda fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) firmou a tradição da instituição de elaborar provas voltadas ao candidato que estudou muito a disciplina cobrada e é um bom leitor, interessado em temas da atualidade. É a avaliação dos professores de ensino médio que comentam as provas em vídeo no site da Gazeta do Povo.

Ao todo, 13.764 candidatos fizeram a prova de Compreensão e Produção de Texto, no domingo, e 8.795 fizeram os testes para as disciplinas específicas, na segunda-feira. A diferença entre os números ocorre porque alguns cursos cobram apenas a prova de Redação na segunda fase.

A relação com temas do cotidiano nem sempre aparece de maneira explícita. A prova de Geografia, por exemplo, pediu para o aluno "caracterizar o ciclo hidrológico e explicar como as atividades humanas podem alterar a dinâmica do seu funcionamento". Em outras palavras, era uma questão sobre a atual crise hídrica. "Mas de uma maneira generalista, e não [diretamente] da falta de água em São Paulo", avalia o professor Arno Boing, do Curso Dom Bosco. "Não é uma prova para amadores."

A 1.ª Guerra Mundial, que completa 100 anos em 2014, apareceu na prova de Redação co­mo pano de fundo em um texto a ser resumido, cuja ideia central era a defesa de um "pacifismo elementar, forte, completo", como explica a professora de Redação Cleuza Cecato, do Colégio Bom Jesus.

Na prova de Compreensão de Texto, os temas atuais foram a regra. Além da paz mundial, entraram na roda a formação da identidade nacional, o problema da fome, as relações humanas em tempos de internet e o déficit de moradias. Para Cecato, é uma estratégia para que "o candidato possa se diferenciar pelo seu repertório de leituras e conhecimentos".

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Já a prova de História trouxe temáticas menos frescas nos enunciados (como a fundação do Estado judaico e a criação do Plano Real). Mas o próprio aluno poderia relacionar temas recentes em algumas respostas, caso da questão que relacionava o mapeamento de comunidades quilombolas ao estudo da história do estado. "[O aluno poderia] discutir o Dia da Consciência Negra, que a maioria das cidades do Paraná não adotou como feriado", diz o professor Julio Cezar Siqueira, do Curso Acesso.

Não só as Ciências Humanas querem alunos antenados. A prova de Biologia usou uma notícia sobre o surto de Ebola na África Ocidental para questionar sobre vacinas. A "pegadinha" era que o aluno não precisava saber detalhes sobre o Ebola para responder: bastava conhecer o funcionamento dos vírus de forma geral, diz o professor Geraldo Cardoso Sobrinho, do Colégio Bom Jesus.

Fies ou ProUni atendem 4 entre 10 universitários

O ministro da Educação, Henrique Paim, disse ontem que cerca de 40% dos estudantes matriculados no ensino superior privado usam o Programa Universidade para Todos (ProUni) ou o Financiamento Estudantil (Fies). "São estudantes que têm perfil de baixa renda. Temos um bom desempenho desses estudantes. No ProUni, muitas vezes o desempenho supera o de quem não é cotista do programa. No Fies, temos o desafio de melhorar esse desempenho e fazer com que as pessoas tenham um desempenho também nessa direção."

Henrique Paim defendeu os mecanismos de avaliação do ensino superior e a importância de aprimorar esse grau de ensino. "Precisamos não só expandir o ensino superior, mas expandir com qualidade, melhorar a aprendizagem, fazendo com que os estudantes possam seguir suas carreiras profissionais". E completou: "Não exis­te sistema de avaliação perfeito, mas ao longo dos anos temos que ir reduzindo as imper­fei­ções para ter um sistema robusto e traçar os rumos da educação superior, definir quais os parâmetros que temos de qualidade."

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O representante do grupo Kroton Educacional, Rodrigo Galindo, destacou a importância do ProUni e do Fies para a formação de profissionais no país. "Esses programas são bons para os brasileiros que tem ai a principal oportunidade de acesso ao ensino superior. É bom para as instituições, mas é bom também para o país", avaliou.