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Marisa Monte no palco do Teatro Guaíra, em Curitiba, em abril de 2006 | Pedro Serápio - Arquivo GP
Marisa Monte no palco do Teatro Guaíra, em Curitiba, em abril de 2006| Foto: Pedro Serápio - Arquivo GP

Greve deixa rombo de R$ 1,5 milhão

Cinco dias depois de os servidores técnico-administrativos da UFPR retornaram aos seus postos de trabalho no Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, a diretoria da instituição contabiliza um prejuízo de R$ 1,5 milhão entre os dias 28 de maio e 15 deste mês, quando diversos serviços deixaram se de ser realizados. Com isso, o governo federal não vai repassar os recursos referentes a estes serviços.

Como o HC funciona somente com a verba do governo referente aos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a direção do hospital teme que o reflexo do prejuízo seja sentido nos próximos meses, quando deveriam ser efetuados os pagamentos das despesas. Na semana passada, o diretor-geral do HC, Giovani Loddo, já havia comunicado que o hospital estava sem verbas desde o começo do mês. Por este motivo, 22 tipos de exames hormonais foram suspensos por tempo indeterminado até que o setor financeiro do hospital conseguisse renegociar a dívida com o fornecedor de um reagente indispensável para exames.

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior, não vai pedir a reintegração do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da instituição, que está ocupado há mais de 24 horas por 20 servidores técnico-administrativos. Com a ocupação do CCE, alguns serviços da universidade, como matrículas, transferências, processos de jubilação, aberturas de turmas e lançamentos de notas, estão suspensos.

A decisão, comunicada ontem por meio da assessoria da UFPR, foi tomada porque até agora nenhum aluno foi prejudicado por causa das manifestações. O primeiro semestre acadêmico terminou no último sábado e nesta semana só restam alguns estudantes que estão finalizando as provas. Além disso, o pedido de reintegração não será formalizado nesta semana porque muitas das reivindicações dos servidores são consideradas justas pela reitoria. Segundo a assessoria, a maior preocupação do reitor é com o atendimento no Hospital de Clínicas (HC).

Se por enquanto os manifestantes continuam acampados no local, na próxima semana a situação pode mudar. A assessoria do reitor informou que as matrículas dos alunos, as aberturas de turmas e outros processos administrativos dependem do sistema de computação para serem realizados entre os dias 2 e 12 de julho. Se até lá os servidores não desocuparem o espaço, o reitor deve dar início a uma negociação com o comando de greve.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), José Carlos Belotto, os servidores não pretendem desocupar o CCE até que as negociações evoluam. "Precisamos de um fato relevante para acabarmos com o movimento grevista", diz ele. Belotto afirma que somente as negociações em Brasília podem mudar a situação da greve. "Esperamos que o reitor da UFPR pressione o ministro do Planejamento para que o acordo saia mais rápido", afirma. A próxima assembléia geral do comando de greve, segundo Belotto, será realizada amanhã, nas escadarias do prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade. A orientação do comando nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra) é para que as assembléias sejam realizadas em espaços públicos, para mostrar à população a atividade dos servidores. Belotto comunicou ainda que nada foi decidido em relação ao futuro do 17.º Festival de Inverno de Antonina. Em Brasília, a quarta rodada de negociações será realizada na próxima segunda-feira.

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