A Universidade Federal do Paraná (UFPR) articula com o Ministério da Educação um modelo de contrato de cogestão para que o Hospital de Clínicas passe a integrar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Posteriormente, a proposta precisará da aprovação do Conselho Universitário. Em, no máximo, 30 dias os integrantes do Conselho se reunirão para dar o parecer final sobre a adesão do HC à empresa estatal.
Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, estuda-se uma maneira de administrar o hospital com o suporte da Ebserh. "Não adianta bater em outra tecla porque não tem. A reposição [de funcionários] só se dá através da Ebserh. Só precisamos amarrar bem o teor do contrato para que o HC não deixe de ser um hospital-escola, com garantias de que as pesquisas serão mantidas e com um número adequado de funcionários", afirma.
Gestão
Akel ressalta que o hospital e a universidade "não podem abrir mão das características próprias do HC". "Por isso estamos elaborando um modelo de gestão compartilhada e, dessa forma, o hospital seria administrado pela UFPR e pela Ebeserh", destaca. Ele também afirma que os ajustes nas cláusulas contratuais estão convergindo com as necessidades e apontamentos da universidade. "Não podemos dar um cheque em branco para que a Empresa administre o hospital", salienta o reitor.
Somente depois de o modelo contratual estar finalizado é que o Conselho Universitário dará o parecer sobre o assunto. "Assim, poderemos ter mais pessoal, mais recursos financeiros. Não há outra fórmula hoje para que o hospital tenha servidores", diz. O prazo de 30 dias para a análise da adesão ou não à Ebserh foi concedido na terça-feira pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Caso a data seja descumprida, a universidade terá de pagar uma multa de R$ 100 mil por mês.
Funpar
Em relação aos 916 funcionários da Fundação da UFPR (Funpar), Akel garante que lutará para que os trabalhadores permaneçam no HC. "Mas, mesmo com eles, temos um déficit de servidores", afirma. O hospital possui cerca de 2,9 mil funcionários, 139 leitos desativados de um total de 550 e um déficit de 600 servidores.
Porém, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR) pode retomar a greve da Funpar. Isso porque a categoria luta pela garantia de pelo menos oito anos para que esses trabalhadores continuem prestando serviços à entidade. Esse tempo é a média para que a maioria deles se aposente. "Não é justo que essas pessoas percam seus empregos sendo que trabalharam quase a vida toda lá", afirma a diretora do Sinditest-PR, Rufina Roldan.