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Paciente faz inalação: asma mata oito brasileiros por dia | Daniel Castellno/Gazeta do Povo
Paciente faz inalação: asma mata oito brasileiros por dia| Foto: Daniel Castellno/Gazeta do Povo

Cientistas da Universidade Fede­­ral do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um método para regenerar o pulmão de pacientes com asma – doença respiratória que ma­­ta oito brasileiros por dia – usando células-tronco obtidas da medula óssea. O anúncio dos testes clínicos da abordagem foi feito na 25.ª reunião anual da Federação de Sociedades de Biologia Experi­mental (Fesbe), em Águas de Lin­­doia (SP). A técnica foi testada com sucesso em camundongos e as primeiras experiências com pacientes devem começar daqui a poucos meses.

O projeto aguarda apenas a liberação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão do governo federal que autoriza pesquisas com humanos no país. "A asma é uma doença relativamente comum e, por isso, costuma ser subestimada. Infelizmente, ela ainda é causa de muitas mortes’’, afirmou Patrícia Rocco, médica e professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ.

Uma das características dos ca­­sos de asma grave é a diminuição das células mucosas e ciliadas do pulmão, o que contribui para a re­­dução da capacidade respiratória. As células-tronco do teste – injetadas no pulmão por meio da traqueia – conseguiram reconstruir com sucesso essas células. Apa­­ren­­temente, tais células-tronco tanto podem produzir substâncias que facilitam essa regeneração quanto, em alguns casos, assumir o pa­­pel das células que tinham sumido.

O método também aumentou a capacidade de resistência dos roedores testados, mesmo em situações em que as cobaias foram expostas a substâncias que fazem as vias respiratórias fecharem. O mesmo grupo de cientistas já tinha conseguido reconstruir o tecido pulmonar em outras doenças: o enfisema e a síndrome do desconforto respiratório agudo.

Silicose

As pesquisas com a silicose – in­­flamação pulmonar causada pela inalação de pó de sílica – estão num estágio mais avançado e já demonstraram os primeiros resultados em seres humanos. Os testes brasileiros, os primeiros a usar esse tipo de terapia contra a doença, começaram no ano passado. Todos os cinco pacientes tiveram melhora significativa na capacidade respiratória. Apesar das respostas positivas, os pesquisadores dizem que a terapia não deve chegar ao público em menos de cinco anos.

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