O ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto, confirmou nesta quinta-feira a informação antecipada pela Gazeta do Povo de que o Paraná cumpriu as exigências da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) para recuperar o status de área livre de febre aftosa com vacinação. O atestado do Ministério da Agricultura (Mapa), que suspende as restrições sanitárias, chega um ano depois de o governo do estado ter anunciado a suspeita de um foco da doença (21 de outubro de 2005) e sete meses após o abate do último dos 6.781 animais (28 de março), das sete fazendas declaradas como áreas contaminadas.
Durante entrevista coletiva, concedida na sede da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), o ministro manteve a posição de que existiram focos de aftosa no Paraná, mas alegou que o problema foi superado. "Nós não temos dúvida de que houve foco de aftosa no estado, senão não teríamos tomado essa série de medidas", afirmou. Guedes reconhece que não foram encontrados animais com sintomas da doença, mas não abre mão da tese de que o vírus teria circulado no estado e que as ações adotadas foram medidas de precaução diante do risco sanitário.
Agora, um dossiê sobre as providências tomadas no último ano será encaminhado à OIE em no máximo duas semanas, disse Guedes Pinto. Ele espera que a concessão do certificado de área livre de aftosa com vacinação ao Paraná seja discutida na próxima reunião, em dezembro. Se o assunto não entrar na pauta, o Brasil deve solicitar uma reunião extraordinária, acrescentou. Em 2007, a primeira reunião ordinária do grupo acontece somente em março. A situação do Mato Grosso do Sul que registrou mais de dez focos de aftosa ainda não foi definida.
Para evitar atrito com o ministro, o secretário estadual da Agricultura, Newton Pohl Ribas, se recusou a responder se houve ou não aftosa no Paraná. "Eu fiz um acordo com o ministro de que nada do passado será cobrado aqui hoje." Ele reconheceu que, depois de ter declarado o foco da doença, o ministério não tinha outra alternativa a não ser comunicar a OIE. Diante desse fato, Ribas considera que o Paraná não conseguiria recuperar o status de área livre da aftosa sem esse procedimento.
Secretário estadual da Agricultura na época da notificação da suspeita de aftosa, Orlando Pessuti negou que o governo tenha agido de forma irresponsável. Se houve algum erro, foi o de "excesso de responsabilidade", alegou Pessuti, após assistir à entrevista do ministro.
Pecuaristas
Representantes do setor produtivo também acompanharam a discussão. O presidente do Sindicarne, Péricles Salazar, lembrou que o estado perdeu cerca de R$ 640 milhões com a redução das exportações. O pecuarista André Carioba, dono da fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte), disse que as indenizações pagas até agora não são suficientes para ressarcir os prejuízos do setor e que ele cobra na Justiça o valor que considera justo.
Com o fim das restrições impostas pelo Mapa, as sete fazendas declaradas como foco da doença, assim como as propriedades situadas na chamada área de risco, ficam liberadas para movimentar o gado e restabelecer a atividade pecuária. Contudo, os embargos dos mais de 50 países à carne bovina alguns não recebem nem mesmo frango e suínos permanecem até a recuperação do status de área livre de febre aftosa, com a emissão do certificado pela OIE.
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