Por volta da meia-noite, início do dia 24 de novembro de 2008, depois de se chocar com um carro, um biarticulado perdeu o controle e acabou invadindo um prédio no centro de Curitiba, localizado no cruzamento da Avenida Visconde de Guarapuava com a Travessa da Lapa. No local, funcionam um hotel e uma loja de motos. Um ano depois do incidente, um dos responsáveis pelo estabelecimento comercial afirma que nenhum tipo de indenização ainda foi paga aos comerciantes.
O gerente e sócio da loja de motos, Júlio César Fila, diz que entrou com uma ação na justiça contra a Transporte Coletivo Glória, empresa responsável pelo ônibus. "Contratei um advogado e iniciei uma ação para ver se conseguimos receber algo pelos estragos, mas, em todo esse período, nenhuma audiência foi marcada", conta.
Segundo Fila, além da estrutura do estabelecimento, o acidente danificou 49 motos. O prejuízo total estimado foi de R$ 85 mil, montante cobrado na justiça. "Esse valor não inclui as perdas que tivemos pelos dias que ficamos fechados", explica o gerente. Ele relata que a loja foi reaberta no início de fevereiro. "Perdemos os meses de dezembro e janeiro, uma das melhoras épocas para a venda de motos", reclama.
Na época do acidente, o diretor da empresa Glória, Gelson Forlin, afirmou que os valores necessários para a consolidação da nova estrutura do prédio deveriam ficar por conta do motorista do carro, que teria sido o responsável pela colisão. Procurado pela reportagem na tarde desta terça-feira (24), ele reforçou a opinião. "Continuamos com a mesma posição, pois entendemos que o ônibus não causou o acidente. Então, não somos os responsáveis pela reparação dos anos", defende. "Nós tivemos um prejuízo maior do que o da loja, porque gastamos quase R$ 500 mil para reparar o biarticulado", completa Forlin.
O acidente
O biarticulado que trafegava pela Travessa da Lapa invadiu a loja de motos depois de se chocar com um Ford Escort, que vinha na Visconde de Guarapuava e teria furado um sinal vermelho. Depois da colisão, o motorista tentou desviar do automóvel, mas ainda o arrastou por cerca de 20 metros, até entrar no estabelecimento. A segunda sanfona do ônibus arrebentou devido à força do impacto. O condutor do carro e mais duas pessoas ficaram feridas.
O ônibus foi removido do local apenas 72 horas depois do incidente. A retirada demorou alguns dias, pois havia o risco do prédio desabar. Um laudo técnico de uma empresa de engenharia foi exigido antes da remoção
Um inquérito para apontar quem foi o culpado pelo acidente foi aberto na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Na tarde desta terça, ninguém na delegacia soube informar qual é a situação atual da investigação.