A polícia prendeu na manhã desta terça-feira (3) em Curitiba um homem acusado de ser o cabeça de uma organização criminosa que movimentava cerca de meia tonelada de cocaína - que poderia chegar a valer R$ 500 milhões se vendida - por mês nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O suspeito, Charles Robert Dezero, 33 anos, foi detido na própria residência, um apartamento de luxo do bairro Bigorrilho e é considerado pela polícia um dos maiores traficantes do Brasil.
A prisão de Dezero foi realizada pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) da capital paranaense em conjunto com uma equipe de investigações especiais do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) de São Paulo. "Recebemos as informações de São Paulo [sobre o traficante] há uma semana e nos dispomos a participar da prisão", disse o delegado Luiz Carlos Oliveira, da DFR.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, Dezero trocou tiros com investigadores do Denarc e desapareceu da cidade há um ano. Desde então, a polícia suspeitava que Dezero veio morar em Curitiba, de onde seguiu comandando os negócios que mantinha no Rio de Janeiro e São Paulo. O delegado paulista Ferreira Neto não quis especificar os meios usados para Dezero se comunicar.
A polícia afirma que a droga não era comercializada no Paraná. "Ele [Dezero] é cauteloso, nunca se aproxima de onde a droga está. É um estrategista", afirma Neto. Segundo o delegado, o traficante tinha ligações com traficantes de cartéis da Colômbia e Bolívia.
Em Curitiba, Dezero morava com uma namorada, que não teria ligação com o tráfico de drogas. Além do apartamento de luxo, era o proprietário de uma moto Harley Davidson, um Mini Cooper, e duas caminhonetes - Land Rover e Rave 4. Todos os veículos foram apreendidos pela polícia.
O acusado não quis falar com a imprensa e foi transferido para São Paulo no final da tarde.
Os policiais não quiseram comentar as ramificações da quadrilha de Dezero ou o possível envolvimento dele com organizações criminosas.
Os delegados disseram que não estavam autorizados a comentar o assunto. Neto apenas comentou que, com a prisão de Dezero, outros traficantes vinculados no esquema ficarão "perdidos" e podem ser detidos em breve.