Responsáveis por afetar um em cada dez brasileiros com algum nível de gravidade, as doenças dos rins podem ser diagnosticadas precocemente, o que evita muitos dos males decorrentes das manifestações mais agudas. É nisso que acreditam as sociedades renais internacionais, que se uniram em 2006 para criar o Dia Mundial do Rim, comemorado sempre na segunda quinta-feira de março, portanto neste dia 12 de março.
No Brasil, a campanha de 2015 da Sociedade Brasileira de Nefrologia tem como mote “Rins Saudáveis”. No Paraná, o esforço de promoção ao combate desse tipo de doença conta com o apoio do Instituto GRPCom, da Gazeta do Povo e do Instituto Pró-Renal. Além disso, o Hospital São Vicente realiza uma série de palestras sobre problemas renais a partir das 13h30 desta quinta-feira em sua sede em Curitiba.
Além do grupo de risco principal– formado por pessoas de origem asiática, africana e hispânica –, as doenças renais afetam também homens e mulheres a partir dos 40 anos, quando passam a perder 1% de sua capacidade ao ano a partir dessa faixa-etária.
Cirurgias
O Ministério da Saúde informa que foram realizadas em 2013, último dado disponível, 5.288 cirurgias de transplante de rim. A lista de espera atualizada é de 24.280 pessoas para transplante. A Secretaria de Estado da Saúde afirma que, de janeiro até o momento, foram feitos 49 transplantes de rins no estado e 1.547 pessoas aguardam na lista de espera pelo órgão.
De acordo com a médica Carolina Maria Pozzi, do Hospital São Vicente, 70% das pessoas que sofrem de doenças renais não têm conhecimento de sua situação. “Por isso, enfatizamos a importância do exame de sangue e de urinas nas campanhas de prevenção”, diz. “Quanto antes for realizado o diagnóstico, maiores são as chances de um tratamento bem sucedido .”
A diretora do Instituto Pró-Renal, Anelise Marcolin, afirma que, em casos mais graves, perde-se quase toda a capacidade de processamento do sangue. “As doenças renais são silenciosas e seus primeiros sintomas – cansaço, falta de apetite, maior palidez e mudanças de hábitos urinários – podem ser confundidos e até deixados de lado.”
Segundo Marcelo Mazza, professor de nefrologia da UFPR, um dos sinais de alerta para as doenças renais é que elas são normalmente associadas a outras enfermidades, como hipertensão, diabetes e obesidades. “Ter alguma dessas outras doenças aumenta as chances de manifestação de problemas nefrológicos.”
Para Carmem Tzanno, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, os meios de prevenção são simples e incluem atitudes como: exercícios regulares; boa alimentação; controle de diabetes e pressão arterial; ingestão regular de água durante o dia; e não fumar nem tomar remédios sem prescrição médica.