Carreira em números
A trajetória do corredor Luiz Silva, de 65 anos, tem sua própria contabilidade:
> 500 provas oficiais
> 139 troféus
> 170 km por semana em treinos
> 73 maratonas e ultramaratonas
> 92 cidades brasileiras
A rotina espartana da vida de militar não foi suficiente para convencer Luiz Silva, de 65 anos, que a atividade física era importante para a sua saúde. Sedentário na medida em que a vida profissional permitia, ele só descobriu os benefícios de suar a camisa quando assumiu um desafio muito pessoal: cumprir uma maratona, correndo pouco mais de 42 quilômetros sem nunca ter calçado um tênis para correr duas quadras. Quase 11 anos depois da primeira competição realizada após seis meses de treinamento totalmente autodidata , Silva acumula 500 provas oficiais no currículo de corredor de rua amador. A façanha foi comemorada na última segunda-feira, em uma corrida entre amigos, realizada no Parque Barigui, em Curitiba, debaixo de chuvisco e vento frio. A festa era urgente: se esperassem o tempo melhorar, os amigos corriam o risco de perder a marca. Silva embarca no fim de semana para mais uma corrida: a maratona de Foz do Iguaçu. Será a 501.ª prova.
As longas distâncias são a especialidade desse militar inativo, que um belo dia resolveu sair correndo, a exemplo do personagem Forrest Gump, do filme de Robert Zemeckis, de 1994. Decidido a cumprir seu objetivo de fazer uma maratona, começou a treinar sem nenhuma orientação profissional específica. No dia 15 de novembro de 1998, Silva fechou a maratona de Curitiba em 3 horas e 53 minutos. A família, surpresa com a determinação e orgulhosa da realização, acompanhou tudo na linha de chegada. "Coloquei a medalha no pescoço da minha mulher e disse: agora tudo começou", conta.
Quinhentas provas depois, Silva enche a casa com troféus e medalhas conquistados nas competições que participou ao longo de 10 anos, 10 meses e oito dias. "Foram 73 maratonas e ultramaratonas até agora. E muitas provas de percurso de 24 horas". O corredor traduz a trajetória em números: já competiu em 92 cidades de oito estados brasileiros, além de uma prova em Santiago, no Chile, e uma meia maratona em Buenos Aires, na Argentina. "É uma ótima forma de viajar, conhecer lugares e fazer amigos", conta. Silva ainda contabiliza ganhos com a própria saúde. Treina de duas a três horas por dia, rodando quase 170 km por semana, ainda sem treinador. "Leio muito sobre a atividade, faço meus próprios objetivos e regras", explica o corredor. Capricha na alimentação é lactovegetariano e só usa um tênis fabricado artesanalmente em Paraguassu, Minas Gerais.
A condição física de Silva é privilegiada. Ele emenda uma prova na outra, correndo até mesmo depois da linha de chegada, a caminho de casa, quando participa de competições na cidade. A corrida se transformou em uma espécie de sacerdócio. "Quero estimular outros a superarem seus limites. Não é por exibicionismo. Quero ser exemplo de dedicação e disciplina e mostrar que todos podem realizar seus objetivos, quando se empenham para isso."
Vida longa e saudável ao atleta
Atividade física é uma das chaves para o envelhecimento saudável. É uma rotina de exercícios que garante o bem-estar e a qualidade de vida necessária para passar a longevidade com menos problemas de saúde ou com a maior parte dos sintomas das doenças degenerativas sob controle. A American College of Sports Medicine, grupo de referência mundial em temas ligados ao esporte e à saúde, divulgou recentemente um documento com as novas recomendações de atividades físicas para idosos. De acordo com o protocolo, o exercício regular minimiza os efeitos da idade, aumenta a expectativa de vida e limita o desenvolvimento de certas doenças crônicas. O documento também orienta especialistas e profissionais que trabalham com o público idoso para a elaborar programas específicos para promoção da saúde da terceira idade por meio do esporte.
Entre os grandes ganhos apontados pelo exercício físico estão a questão cognitiva e a saúde mental. Hoje, sabe-se que todos os processos cognitivos são melhorados a longo prazo quando se pratica atividade física regular. Sabe-se, por exemplo, que os exercícios físicos contínuos diminuem o risco de demência senil e de Alzheimer. Estudos mostram uma queda de 40% no risco de demência em quem gasta 400 calorias por semana caminhando. Para os idosos, caminhar não é o suficiente, já que a maior parte da incapacidade física nessa idade deve-se à perda da força muscular. É preciso combinar exercícios de força e flexibilidade, sempre orientados por profissionais.
O impacto dos exercícios na longevidade também está amplamente documentado. Uma análise sueca, do Instituto Karolinska, que acompanhou 3.206 pessoas durante 12 anos, mostrou que os fisicamente ativos tiveram um risco de mortalidade por todas as causas 28% menor do que os sedentários. A atividade física também tem impacto na capacidade funcional. Um estudo americano com mais de mil idosos mostrou que o risco de incapacidade para realizar tarefas diárias diminui em 7% a cada hora adicional de atividade física por semana.
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