ONG Lionsraw, que atua em sete países e agora trabalha em Curitiba, alia prática esportiva a ensinamentos como companheirismo, respeito e disciplina| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Além-mar

Intercâmbio cultural aproxima estudantes

Além de trabalhar localmente com as ONGs, a Lionsraw também proporciona o intercâmbio cultural entre estudantes brasileiros e ingleses, por meio de redes sociais e canais de comunicação virtual como o skype. "Temos dois voluntários em Newcastle, na Inglaterra, onde começamos a ONG, que estão arrecadando fundos para virem para cá. Atualmente também, estão trabalhando em parceria com escolas de Curitiba para que as crianças troquem experiências e façam amigos com gostos em comum", comenta Burns.

Ele admite que a língua é uma barreira cultural, mas parte do trabalho da ONG é desenvolver atividades em inglês que permitam às crianças daqui conversar com as de lá. Segundo o fundador, a experiência já foi testada em outros países e sempre tem grande potencial. "Quando fizemos essa ação na África do Sul, as crianças inglesas já conheciam muito do continente por conta das propagandas de ajuda humanitária que passavam na TV. Mas elas só conhecem o Brasil pelo futebol. Isso faz com que essa comunicação seja uma grande oportunidade de aprendizado", acredita.

Para Burns, o principal legado do intercâmbio são as boas lembranças. "É se perguntar o porquê das pessoas estarem dedicando seu tempo a elas. Isso cria uma percepção valiosa sobre respeito, cuidado e carinho com o próximo".

Saiba como ajudar

A Lionsraw está procurando voluntários para ajuda-los em 2014. Para conhecer o projeto, acesse o site: http://lionsraw.org. Fichas de cadastramento de voluntários estarão disponíveis a partir de fevereiro.

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Estruturas de ONGs locais estão sendo ampliadas na capital
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"Se você acredita numa causa, coloque ela junto com a sua paixão". As palavras do britânico Jon Burns, fundador da ONG internacional Lionsraw, explicam de maneira muito simples o que parece incomum: potencializar ações transformadoras de cidadania por meio do futebol. "Como uma ferramenta de mudança social e como mobilizador, o futebol é excelente. A maioria das crianças ao redor do mundo adora futebol e eu, pessoalmente, não gosto de mais nada", brinca.

Concebida em 2004, a organização atua hoje em sete países – segundo o fundador, sempre de maneira voluntária e em parceria com ONGs locais. Curitiba é a cidade escolhida pela organização no Brasil para as ações que vão ser desenvolvidas ao longo de 2014, aproveitando o clima da Copa do Mundo. "A nossa primeira prioridade é criar oportunidade de mudanças para as crianças, e a segunda é mobilizar os fãs de futebol para fazer isso", resume Burns.

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"Curitiba é perfeita para nós. Ela tem o tamanho necessário para causarmos impacto significativo e as pessoas aqui se dedicam muito ao trabalho voluntário, de uma forma que me impressionou", completa Kevin Clark, diretor nacional da Lionsraw no Brasil, que está no país desde o começo do ano desenvolvendo relações com as comunidades locais e estabelecendo uma rede de voluntários. Ele explica que a ONG trabalha com questões como a educação por meio do esporte, com lições sobre respeito, disciplina e companheirismo.

Ações

Em Curitiba, quatro construções estão sendo desenvolvidas com ONGs locais: um centro comunitário e um centro esportivo na região do Tanguá, um centro educacional que gera empregos para os familiares que quiserem trabalhar na comunidade do Uberaba e a construção de uma sede de futebol no Cajuru. Esta última vai atender à ONG Futebol de Rua, que atua em Curitiba desde 2007, usando o esporte como ferramenta de inclusão social. "Trabalhamos hoje com 500 crianças em diversas escolas, e agora temos a oportunidade de um espaço próprio. A Lionsraw está dando o suporte para construirmos a sede em um terreno que estamos pleiteando na prefeitura", comenta o presidente da Futebol de Rua, Oscar Neto.

Arrecadação

Tudo é feito de maneira voluntária e por meio de uma rede de contatos. "Quando as pessoas gostam da gente, pedimos: ‘nos apresente aos seus amigos. Quem pode nos ajudar?’, e dessa maneira conseguimos patrocínio e doações para nossas ações", explica Jon Burns. Nem tudo vai como o plano, porém. A crise econômica interferiu diretamente no trabalho da ONG, segundo ele: "Juntar dinheiro para fazer as visitas aos países está mais difícil, e com a equipe reduzida, acabamos com muito mais ideias e vontades do que nossa real capacidade permite".

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