O Paraná dos "com" e dos "sem-estrada"
Dois caminhos levam o motorista ao pequeno e pacato município de Mato Rico, no Centro-Sul do estado. Para quem segue por Pitanga, a aventura de 60 quilômetros de cascalho, pedras, buracos, barro e despenhadeiros dos dois lados da estrada leva duas horas. O motorista que faz a opção em viajar a Mato Rico, seguindo por Roncador, enfrenta 22 quilômetros de estrada com as mesmas condições de quem segue por Pitanga. Rodovia asfaltada é promessa que não convence mais ninguém.
As paisagens magníficas de Guaraqueçaba, litoral do Paraná, contrastam com o nível de desenvolvimento econômico do município. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2007 revela que a cidade tem o mais baixo desempenho do estado. Segundo a prefeitura, o resultado deve-se à dificuldade de acesso e isolamento do município.
Para chegar a Guaraqueçaba só por barco ou estrada de chão. As viagens de barco demoram até três horas, e as saídas de Paranaguá têm horários restritos. Pela rodovia, o acesso é pela PR-404. A estrada começa em Antonina, onde o motorista usufrui de um asfalto bem conservado nos primeiros 20 quilômetros. Nos 77 quilômetros restantes, o trajeto é com buracos e desníveis. Armadilhas com pedras soltas e subidas íngremes impedem o motorista de ultrapassar os 30 quilômetros por hora. No total, são pelo menos cinco horas para vencer o percurso de quase 100 quilômetros até Guaraqueçaba.
Quem resolve se apressar quase sempre termina com prejuízos. Dulce Mara Rosário da Paz, 37 anos, e o marido ajudam quem fica no meio do caminho. "Não somos mecânicos, mas ajudamos quando um veículo quebra ou falta gasolina. Como aqui não existe telefone, temos que ir até a cidade para chamar algum socorro", afirma. Com tantas dificuldades, há turistas que acabam desistindo de chegar até a cidade. "Muitos param por aqui e perguntam quantos quilômetros ainda faltam. A maioria desiste de continuar a viagem", afirma a comerciante Neuzeli Martins, 34 anos.
O difícil acesso preocupa os moradores principalmente em situações de emergência, já que eles ficam à mercê das condições meteorológicas. "Temos uma lancha especial para levar o paciente até Paranaguá. Porém, quando o tempo está muito ruim, as saídas por mar e pela estrada são inviáveis. Nessas situações, temos de chamar um helicóptero de resgate", afirma o prefeito de Guaraqueçaba, Riad Said Zahouí.
Segundo o chefe em exercício da Estação Ecológica do Ibama em Guaraqueçaba, Vicente Fonseca, a falta de um asfalto deve-se diretamente a interesse do governo, pois não existe um impedimento por parte dos órgãos ambientais. "Se houvesse asfalto, seria até muito melhor para o meio ambiente, evitando o assoreamento dos rios", afirma.
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