Foz do Iguaçu - Um policial para cuidar de 78 presos. Essa é a situação da delegacia de Medianeira, no Oeste do estado, durante a noite. Durante o dia os cuidados e a vigilância dos presos ficam a cargo de agentes carcerários que se revezam em turnos de horas. Mas, à noite, um único policial civil é responsável pelo atendimento nos plantões e pela guarda dos 78 detentos, que ocupam um espaço originalmente destinado a 28.

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Na vizinha São Miguel do Iguaçu a guarda e a escolta dos 44 presos, a revista nos familiares que fazem visitas, além das intimações, registro de ocorrências e investigações são feitas pelos dois policiais que cumprem plantão de 24 horas.

Em Foz do Iguaçu os presos não ficam nas delegacias. Instaurado inquérito policial, são encaminhados para a Cadeia Pública Laudemir Neves, onde a segurança é mantida por policiais civis, militares e auxiliares de carceragem.

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O presidente da Associação dos Policiais Civis de Foz do Igua­çu e Região, Rogério Quadros, critica o fato de policiais tomarem conta de presos. "São 90 pa­­ra atender cinco cidades, menos que há uma década. A população e a violência au­­mentaram, mas o efetivo não."

Norte

Os policiais civis de Maringá e de Londrina, no norte do estado, não vão aderir à operação-padrão. Em Maringá, os policiais avaliam que o movimento não é necessário. Segundo a representante local do Sindicato da Polícia Civil de Londrina (Sindipol), a escrivã Zorá Nepomuceno, as delegacias do município funcionam em boas condições e os desvios de função praticamente não existem.

"Centralizamos a carceragem de todo o município na 9.ª Subdi­visão Policial (SPD)", afirma a escrivã. "Por isso, só temos um investigador com a responsabilidade de cuidar dos internos. Nas outras cidades esse número é bem maior, o que compromete as investigações."

Ela diz que os presos temporários ficam na carceragem de 10 a 30 dias. Depois disso, o inquérito segue para a Justiça e os presos para o Centro de Detenção Provi­sória (CDP). Contudo, a delegacia também tem problemas, como a necessidade de abrigar adolescentes, já que o Centro de Socioe­du­cação da cidade ainda não está pronto.

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Outro município que não vai aderir de forma completa à operação-padrão é Londrina. "É por falta de efetivo", explica o presidente do Sindicato da Polícia Civil de Londrina (Sindipol), Ademilson Alves Batista.

No Norte Pioneiro, alguns policiais nem sabiam da operação padrão. No último dia 7, 118 presos que ocupavam a cadeia da 38ª Delegacia Regional de Santo Antônio da Platina se rebelaram por causa da superlotação. Parte dos presos que se rebelaram e aqueles que foram transferidos ou recapturados – 50 fugiram no motim – voltaram a ocupar a mesma estrutura que ainda está em reforma. Segundo o superintendente da delegacia, Reinaldo Leopoldo dos Santos, até ontem, 85 presos já dividiam as 12 celas da carceragem.

Colaboraram: Renan Colombo, do Jornal de Maringá, e Marco Martins, correspondente em Santo Antônio da Platina