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Visita do Papa

Um santo que conhece a realidade brasileira

Guaratinguetá – "Irmã Paulina Galvão". Era assim que o Papa João Paulo II chamava carinhosamente a freira Célia Cadorin, responsável pelo processo de canonização da Madre Paulina e também agora do franciscano Antônio de Sant’Ana, mais conhecido como Frei Galvão – o primeiro brasileiro que será oficializado santo pela Igreja em cerimônia no dia 11 de maio, dirigida pelo Papa Bento XVI em missa aberta ao público no Campo de Marte, em São Paulo.

Vitoriosa por ter conseguido a façanha de dar andamento aos estudos no Vaticano sobre o religioso, paralisados desde 1938 e reabertos em 1991, Irmã Célia se transformou em especialista quando se trata de explicar o que é um santo e por que a Igreja reconhece algumas pessoas como tais. A doutrina sobre os santos na Igreja faz parte da pedagogia divina e é um exercício de humildade. O santo, diz, é uma pessoa que viveu as virtudes em "grau heróico" a tal ponto de despertar "fama de santidade" depois de falecida.

"As pessoas começam a recorrer a intercessão deles naturalmente e, caso consigam essas graças pela intercessão do santo, essa é uma das provas de que está perto de Deus. Não é o santo que faz o milagre, mas Deus. Frei Galvão conhece a fundo a realidade brasileira, tem mais méritos diante de Deus do que nós e por isso consegue interceder com êxito por aqueles que lhe pedem ajuda", argumenta. A freira afirma ainda que outros três brasileiros podem ser beatificados logo, Albertina Berbenbrock, de Santa Catarina, o coroinha gaúcho Adílio Daronch e a Irmã Lindalva Justo de Oliveira, da Bahia.

A freira aponta três razões pelas quais o processo de Frei Galvão demorou a ser concluído. A primeira, a falta de experiência brasileira sobre as exigências do Vaticano nesses trabalhos. "É preciso comprovar com provas documentais e testemunhais a santidade do candidato", insiste. As outras duas dificuldades eram a preocupação de não se ter dinheiro para pagar todo o processo – pesquisa de textos históricos, viagens, pessoas dedicadas a estudar a vida do provável beato, etc. – e porque também não se tinha esperança de que Frei Galvão pudesse chegar aos altares.

"Eu nunca tive dúvida", diz Thereza Maia, historiadora e diretora do Museu Frei Galvão, em Guaratinguetá. Graças ao acervo do museu, que reuniu documentos inéditos e históricos relacionados à vida do novo santo, foi possível prosseguir na causa de canonização até o fim, já que nos locais onde Frei Galvão viveu, como no Mosteiro da Luz, poucas coisas relacionadas a ele foram preservadas. "Para mim, que estudei a fundo a vida de Frei Galvão, a confirmação da canonização foi uma grande alegria. Eu já tinha certeza de que ele é santo", garante.

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