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Saúde

Uma geração angustiada e cada vez mais gorda

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A cena é de chocar. Uma mãe comenta que desde que foi diagnosticado com pressão alta devido à obesidade, o filho, de 8 anos, leva frutas e sucos naturais de lanche para a escola. O problema é que raramente ele consome esses produtos. Visivelmente constrangido, o menino olha para a câmera e assume: costuma oferecer borrachas e lápis para seus colegas em troca de salgadinhos, refrigerantes e guloseimas.

Essa e outras cenas igualmente impactantes fazem parte do documentário brasileiro Muito Além do Peso, dirigido por Estela Renner, que levanta a discussão sobre o aumento perigoso da obesidade entre as crianças. O filme retrata a angústia de um problema que ocorre em lares de todo o mundo.

As consequências formam uma lista aterrorizante. Crianças obesas têm maior pro­pensão a desenvolver problemas ortopédicos, endocrinológicos, pulmonares, neurológicos, diabete, hipertensão, colesterol alto e depressão. "É assustador. Não é raro encontrar crianças de 8 anos com diabete tipo 2, doença que antes só era diagnosticada em pessoas com mais de 40 anos", explica a professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo (UP) Telma Gebara.

A preocupação é que, doentes cada vez mais cedo, essas crianças irão formar uma geração de adultos com saúde e qualidade de vida comprometidas e uma expectativa de vida menor que a dos pais. "Quanto antes a doença começa, mais cedo as complicações aparecem e podem gerar uma morte precoce", comenta a médica endocrinologista Gabriela de Carvalho Kraemer, do Hospital Pequeno Príncipe.

O papel dos pais

Para evitar o problema, não há como fugir de uma velha fórmula cada vez menos popular entre os pequenos: acabar com o sedentarismo, evitar horas e horas alternando entre assistir à tevê e usar o computador, promover as brincadeiras ao ar livre e estabelecer uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, água, cereais integrais e carnes magras, e pobre em alimentos industrializados, com gordura animal, fast food e fontes de sódio e açúcar.

De olho nisso, o papel dos pais é crucial. "Na primeira infância, quem compra e apresenta os alimentos para as crianças são os pais e eles precisam controlar a dieta desde o início, estimulando o paladar para escolhas saudáveis. É comum ver mães que oferecem refrigerante na mamadeira para bebês ou dão biscoitos recheados para crianças com menos de um ano, o que é altamente prejudicial", diz Telma.

Dê sua opiniãoQue medidas você usa para evitar a obesidade infantil? Como você controla a alimentação do seu filho?

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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