O Centro Cívico de Curitiba ou do Paraná, como reforçam historiadores e urbanistas será oficialmente um sexagenário a partir desta quinta-feira. Chega aos 60 anos enfim reconhecido como patrimônio histórico estadual, mas ainda distante de ser visto como um símbolo afetivo pelos próprios curitibanos que, volta e meia, caminham por suas imediações sem conhecer a fundo as idas e vindas vividas pelos imóveis nas últimas seis décadas. Rotulado como um museu a céu aberto, o Centro Cívico ainda clama para ser desvendado.
Para arquitetos, historiadores e autoridades da Secretaria de Estado da Cultura, o estreitamento dos laços da população com a região que nasceu justamente com o intuito de "unificar o Paraná" passa por uma medida simples no conceito mas complicada na prática: a "abertura" dos prédios históricos para visitação. Não é segredo, por exemplo, que o imóvel mais visitado e "querido" pelos turistas e paranaenses na região do Centro Cívico é o Museu Oscar Niemeyer (MON) prédio que nem sequer constava da proposta original do governador Bento Munhoz da Rocha Neto, em 1951.
"Aquele monumento ou prédio que se abre, e as pessoas passam a desfrutar dele, conviver no local, acaba sendo adotado pela população. Ninguém sabe, por exemplo, que no Tribunal de Contas e no Tribunal de Justiça há museus. Só cria vínculo com o espaço quem desfruta dele", afirma o conselheiro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Cepha) Marcos Meyer.
"Na prática, o Centro Cívico acabou se convertendo num centro burocrático. Ninguém o vê como um local de encontro. O verdadeiro Centro Cívico de Curitiba, onde se sabe e discute tudo que está acontecendo na cidade, é a Boca Maldita", alfineta o historiador e arquiteto Irã Dudeque. Clique aqui e confira o infográfico completo