
Perfil e comportamento são fatores importantes
A postura do indivíduo vai além do alinhamento do esqueleto. O "peito pra fora, barriga pra dentro" é muito mais que um movimento mecânico. É atitude. Tem relação com o perfil, o temperamento, a cultura e até mesmo a posição social. "É um fator de identificação de grupo social. Um militar não anda como um rapper, e vice-versa", aponta o fisioterapeuta Léo Boiarski Ribeiro. E até os excessos são perigosos. "Rígido demais ou relaxado demais são atitudes de risco para problemas posturais."
Efeitos
Compressão
Uma das características do envelhecimento humano são os reflexos na postura do indivíduo. O encolhimento é provocado basicamente pela redução dos discos intervertebrais. Essa estrutura, gelatinosa e fibrosa, perde líquido e se achata, deixando os espaços entre as vértebras da coluna menores.
Redução
Em média, o indivíduo perde de 10 a 15 centímetros de altura na terceira idade, comparada à medida atingida na fase adulta madura.
Maiores
A gravidade também altera a estatura. Pela manhã, com o relaxamento proporcionado pelo sono e a posição horizontal, somos mais altos do que no fim do dia.
Alteração óssea
Um estudo alemão, realizado com 1,2 mil adultos, revela que o tamanho dos ossos também influi na estatura do idoso. Dados coletados na avaliação dos raios X mostram que os discos vertebrais da região lombar aumentam de altura até a pessoa atingir 70 anos, em homens e mulheres. Ao mesmo tempo, a maior parte das vértebras ficou menor com a idade. Também foram identificadas outras alterações, como aumento da concavidade e menor
Envelhecer é sinônimo de encolher. Assim como os cabelos brancos e a pele enrugada são sinais do tempo, ficar mais baixo é uma característica da idade. "A principal causa é a perda de líquido. Os discos intervertebrais desidratam e diminuem, comprimindo a coluna vertebral, o que achata a silhueta. Somado ao desgaste natural da estrutura e à perda de massa óssea, o indivíduo perde altura", explica o médico ortopedista Bruno Moura, do Hospital Vita, de Curitiba.
Formado por material fibroso e gelatinoso, os discos intervertebrais funcionam como amortecedores na coluna. Quando hidratados, proporcionam conforto e contribuem para a estatura. A compressão que ocorre ao longo do dia, provocada pela gravidade, altera a altura. Na velhice, esse efeito compressor acumulado é permanente.
A descalcificação óssea, que torna o esqueleto poroso e mais frágil, também contribui para o idoso ficar mais baixo. Um estudo alemão, realizado com 1,2 mil pacientes, mostrou os efeitos da perda de massa óssea na estatura do indivíduo. "As vértebras também ficam alteradas com a idade. As lombares crescem até a pessoa completar 70 anos, em ambos os sexos. Mas a maior parte das vértebras fica menor. Também há modificações no formato. A densidade alterada deixa a região central mais baixa. A concavidade também aumenta", explica o médico ortopedista Fábio Ravaglia, especialista em ortopedia reumatológica.
Cuidados
A perda de massa óssea é inevitável com a idade. Na mulher, a menopausa é um marco importante. "O fim da produção de estrogênio altera a captação de cálcio dos alimentos para fixação no osso. Na menopausa, o cálcio necessário ao organismo é retirado do osso", explica Moura. Nos homens, o processo de osteopenia, que é a alteração da densidade óssea, começa a partir dos 60 anos. Os efeitos dessa descalcificação serão maiores ou menores de acordo com a reserva do indivíduo. "Adotar uma alimentação rica em cálcio, praticar constantemente exercícios físicos, ter uma exposição solar saudável, não fumar e beber são essenciais para a saúde dos ossos", diz.
O monitoramento da qualidade do osso é fundamental para prevenir danos. O exame facilita o diagnóstico precoce da osteoporose, doença que aumenta o risco de fraturas e quedas. Mesmo o uso de medicamentos comuns na terceira idade pode alterar a densidade óssea, como os corticóides. Doenças degenerativas típicas do envelhecimento, como artrite e artrose, também contribuem para o achatamento do esqueleto. A artrose, caracterizada pela perda de cartilagem e endurecimento de articulações, torna o movimento mais doloroso. "A dor reduz a atividade física do indivíduo, o que atrofia a musculatura e a estrutura óssea. É um círculo vicioso que precisa ser quebrado", observa o fisioterapeuta Léo Boiarski Ribeiro, especialista em Reeducação Postural Global (RPG) e osteopatia, técnica de manipulação músculo-esquelético indicada para correção de postura. Depressão e Alzheimer também afetam a postura do indivíduo. "O aspecto emocional é determinante na postura. O Alzheimer, que altera o comportamento e induz à regressão emocional, tem reflexos físicos. Aos poucos, o paciente vai encolhendo, até chegar à posição fetal", observa o fisioterapeuta.
Exercícios
Mexer o esqueleto é uma das formas mais eficientes de adiar os efeitos da degeneração de discos intervertebrais e preservar a qualidade do osso. A atividade física fortalece a musculatura, que sustenta o sistema esquelético, e melhora a oxigenação da massa óssea. "A inatividade é um perigo para o idoso. O músculo atrofiado fica fibroso e mais difícil de recuperar. Na terceira idade, as estruturas encurtadas e tensionadas tornam o trabalho de reabilitação mais limitado. Por isso é importante estar em movimento, praticar esportes e caprichar no alongamento", ensina Ribeiro.
Espreguiçar por dez minutos antes de dormir já um exercício profilático importante para a higiene postural. A descompressão das articulações permite a reidratação dos espaços interdiscais. A dica é fazer movimentos confortáveis, que não exijam esforço ou provoquem dor. "É uma medida preventiva. É importante saber ouvir o que o corpo está pedindo. Se as pernas doem, é preciso alongar a coxa e a panturrilha. Essa consciência corporal é que ajuda a corrigir a postura", diz.
O segredo é treinar o organismo para dar as respostas desejadas. A funcionária pública aposentada Eliana Maria Queiroz Santana, de 55 anos, trabalhou por anos em cima de processos no sistema judiciário. O esforço repetitivo, aliado ao diagnóstico de fibromialgia, formava um quadro de dor crônica limitante. Há dois anos o tratamento intensivo deu nova perspectiva a Eliana. "Não tinha consciência que minha postura poderia influir tanto no meu bem-estar. A cada dia faço um trabalho diferente. Dependendo da resposta do exercício, consigo equilibrar o uso de analgésicos para a dor", diz.
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