Suspensão ocorreu após alunos alegarem descoberta de postagens de Jorge Gordin com propaganda das Forças de Defesa de Israel.| Foto: reprodução/LinkedIn
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A Universidade de Brasília cancelou na última quarta (11) as atividades que faria com o professor Jorge Gordin por supostamente ter defendido ações das Forças de Defesa de Israel nas redes sociais. Ele ministraria aulas durante cinco dias no Instituto de Ciência Política da UnB (IPOL) e teve a participação suspensa para “garantir a segurança da comunidade universitária”, relatou a instituição em uma postagem.

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O IPOL não detalhou o motivo do cancelamento das atividades, afirmando apenas que “se coloca à disposição de todos (as) os (as) interessados (as) para promover debates, sempre com respeito à liberdade de cátedra”. A Gazeta do Povo vem procurando a UnB desde quarta (11) para comentar o cancelamento e aguarda retorno.

O motivo da suspensão das atividades com Gordin foi explicado pelo Centro Acadêmico do instituto, afirmando que alunos pediram o cancelamento após serem identificadas postagens dele em que republicava nas redes sociais postagens de “propaganda militar das Forças de Defesa de Israel”.

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O IPOL afirmou que, posteriormente a esse pedido, os estudantes fizeram uma convocação para que participassem da aula de quarta (11) portando adereços e bandeiras em defesa da Palestina.

“A direção do IPOL tomou ciência de todo este contexto e optou por cancelar a exposição de Jorge Gordin e divulgar uma nota, em que reforça a necessidade respeito a opiniões divergentes e à liberdade de cátedra”, pontuou o instituto.

Segundo seu perfil em uma rede social profissional, Jorge Gordin se apresenta como especialista em política regional e local, tendo conduzido pesquisas sobre federalismo e descentralização em países como Israel, Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Ele é formado, entre outras instituições, na Universidade Hebraica de Jerusalém, e atuou como pesquisador no Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais e na Universidade Diego Portales, no Chile.

A reportagem também tentou entrar em contato com Gordin e aguarda retorno.

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Gordin tinha marcado um minicurso nos dias 11, 12, 18 e 19 com o tema "Política territorial comparada" e "O paradoxo da Argentina revisitado", no dia 20 de setembro.

O Centro Acadêmico ainda se posicionou “satisfeito” com a decisão do instituto de cancelar as atividades com o professor Jorge Gordin, e afirmou que “espera que a seleção dos expositores externos pelo IPOL seja rigorosa, com olhar atento sobre possíveis ataques à imagem da comunidade palestina, que passa por um período de genocídio e barbárie”.

A decisão do IPOL de cancelar as atividades com o docente, no entanto, dividiu opiniões. Comentários na postagem em que informou a suspensão classificam tanto como “lamentável”, “intolerância”, “constrangedor” e “democracia unilateral”, quanto como “sionismo”, “vitória de todos os alunos árabes da UnB” e “esforço para barrar esse apoiador de genocídio”.

A reação israelense foi imediata logo após os ataques terroristas do Hamas no dia 6 de outubro de 2023. A ofensiva incluiu ataques aéreos e uma invasão terrestre em Gaza para desmantelar a infraestrutura militar do grupo. O Hamas, que matou civis, estuprou mulheres e torturou israelenses, mantém até hoje em seu poder pessoas sequestradas nos ataques.

Posteriormente, o conflito também se expandiu para outras frentes e grupos aliados ao Hamas no Líbano, como o Hezbollah, lançaram ataques contra Israel, aumentando o temor de um conflito regional mais amplo.

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