A presidente da República, Dilma Rousseff, em visita às áreas atingidas pelas chuvas na região serrana do Rio, prometeu mobilizar parte dos recursos emergenciais que vai liberar para o Estado para atender especificamente aos pequenos produtores rurais. A informação foi dada pelo secretário de Agricultura do Rio, Christino Áureo, que acompanhou parte da visita de Dilma a Nova Friburgo, uma das cidades mais atingidas.

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A pedido do governador Sérgio Cabral (PMDB), o secretário fez para Dilma uma descrição dos efeitos das enchentes e deslizamentos de terra para a atividade agrícola do eixo entre Friburgo e Teresópolis, que concentra cerca de 17 mil produtores e responde por 40% do abastecimento de verduras e legumes do Estado.

"A presidente Dilma disse que vai mobilizar, dentro do que já está designado para o Estado, recursos específicos para os produtores, já que 90% são de pequenos produtores familiares", disse o secretário, em entrevista por telefone, de Friburgo. "Vi que ela está bastante estarrecida com as circunstâncias dessa tragédia. A imprensa ainda não conseguiu dar a dimensão do que aconteceu. Como ela sobrevoou e viu, parece ter ficado muito impressionada."

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Áureo afirmou que também recomendou à presidente a edição de uma medida provisória que autorize a prorrogação de empréstimos rurais para os produtores da região ou, em alguns casos, até mesmo a liquidação dos débitos. "A devastação é muito grande. Há algumas áreas em que o solo foi varrido, com lavoura, irrigação, armazéns, máquinas, imóveis de apoio. Tem produtor que não tem de onde começar a reconstruir a propriedade para voltar a produzir."

O secretário mobilizou máquinas do programa estadual de recuperação de estradas para escoamento da produção agrícola fluminense para a região para ajudar a desobstruir vias de acesso às propriedades, mas até agora apenas as vias principais tiveram obstáculos removidos. Trinta homens da secretaria com motoniveladoras, retroescavadeiras, pás carregadeiras, tratores de pneus, escavadeiras hidráulicas e caminhões basculantes e de apoio colaboram com o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.

"Ainda não conseguimos chegar à zona rural de fato, cujo acesso se dá por pequenas estradas vicinais de terra que estão em péssimo estado. Há pedras gigantescas no caminho, do tamanho de uma carreta. Não será um trabalho fácil ou rápido", disse o secretário, lembrando que a região ainda passava por obras de recuperação dos estragos das chuvas do ano passado.

"O problema agora é que toda essa destruição foi provocada por uma concentração brutal de chuva num só dia. Trabalho há muitos anos na agricultura e jamais vi uma coisa assim. Na base de muitas áreas de montanha, onde havia muitas plantações, tem água descendo como se ainda estivesse chovendo muito forte. Agora há uma chuva fina, leve, mas a previsão de mais pancadas preocupa ainda mais", afirmou o secretário.

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