Na avaliação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) assumiu um papel central na agenda de desenvolvimento do país. Diversos estados estão formulando e implementando seus zoneamentos. Mas o governo federal tem priorizado regiões que considera mais suscetíveis a conflitos e a problemas socioambientais. Assim, além das iniciativas voltadas à Amazônia Legal, as ações federais buscam o ordenamento territorial do bioma Cerrado, com índices de desmatamento superiores aos da Amazônia, e da Região Nordeste, onde o processo de desertificação tem avançado consideravelmente.
Até o final de 2008, o governo estadual queria que o Paraná fosse o primeiro estado do Sul do país a concluir o ZEE. Mas, de acordo com informações do técnico especialista do MMA, Jacobson Luiz Ribeiro Rodrigues, Santa Catarina já executou projetos na Baixada Norte Catarinense e no Vale do Itajaí e agora elabora o zoneamento costeiro. No Rio Grande do Sul, também conforme o ministério, o ZEE da região Serramar já foi realizado e o estado está decidindo se a Fundação de Pesquisa Agropecuária, vinculada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, vai coordenar o projeto no restante do estado.
Apesar de não contar com a prioridade do governo federal, os estados do Sul, assim como os demais, contam com o apoio do Consórcio ZEE Brasil, composto por 15 instituições públicas (como IBGE, Embrapa, CPRM, Incra, Ibama e Inpe), com capacidade instalada e experiência acumulada. Além disso, como instância política responsável por planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a execução dos trabalhos, foi instituída a Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional (CCZEE), que se reúne periodicamente e da qual fazem parte 14 ministérios. "Nós emitimos periodicamente documentos que orientam os executores com critérios mínimos para desenvolver o zoneamento", explica o gerente de projetos de ZEE do MMA, Marcos Estevan.
Para a diretora de Geociências do instituto, Cláudia Schafhauser, o trabalho no Paraná acaba sendo mais difícil porque as áreas ocupadas e usadas no estado já estão consolidadas. De acordo com os especialistas do MMA, a viabilização das estratégias contidas no macrozoneamento depende do sucesso na implementação de diretrizes locais.