Ponta Grossa Dois anos depois de inaugurar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o único hospital de Telêmaco Borba (nos Campos Gerais), o Doutor Feitosa, anunciou que irá fechar os dez leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no próximo dia 31. Com o fechamento, 32 funcionários serão demitidos.
A partir desta segunda-feira, nenhum internamento será feito e os pacientes internados serão transferidos para outros locais. Com isso, Telêmaco Borba e mais dez cidades ficam prejudicadas sem o atendimento especial, já que o Doutor Feitosa é a referência para aproximadamente 200 mil pessoas que vivem na região. Comparativamente é como se Ponta Grossa perdesse os 48 leitos disponíveis para uma população de 800 mil pessoas.
A diretora-administrativa do hospital, Olga Schlusaz, afirma não suportar mais o atendimento ao SUS. Segundo ela, somente o custo de um leito de UTI chega a R$ 3 mil e o repasse do Ministério da Saúde é de R$ 171. Com isso, o balanço mensal vem apresentando déficit de R$ 50 mil. "Não temos mais condições para continuar. Só poderemos manter o serviço se recebermos complementação, pois somente a verba do ministério não dá", afirma.
Ainda por causa da baixa remuneração e falta de apoio financeiro, o hospital ameaça fechar todo o atendimento realizado ao SUS. O descredenciamento já foi solicitado no dia 1.º de setembro e a data limite para manter os serviços é novembro, segundo Olga. O alerta sobre a suspensão dos serviços vinha sendo feito desde o começo do ano. O primeiro sinal de problemas ocorreu no início de setembro, quando a pediatria do hospital anunciou que estaria sem profissionais para o atendimento pelo SUS.
Recusa
Segundo Olga, antes de anunciar a medida drástica, o hospital buscou ajuda financeira no município e com o estado. De acordo com a diretora, a ajuda do estado foi negada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), pois o hospital é uma instituição privada. O município também negou, alegando falta de recursos. A Sesa informou ontem que ainda não recebeu o comunicado oficial do fechamento dos leitos, portanto, não poderá comentar o assunto.
A média de atendimento mensal no hospital é de 67 pacientes e os dez leitos nunca permanecem vagos. A ausência dos leitos de Telêmaco Borba pode aumentar a demanda por vagas em Ponta Grossa. A cidade já é referência para 800 mil pessoas e os 48 leitos disponíveis estão constantemente lotados. (EB)
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