O Hospital São Vicente anunciou na noite de ontem o fechamento de sua filial na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade afirma que a prefeitura de Curitiba não repassou os recursos do SUS à unidade da CIC referentes aos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro (fato que foi negado pela prefeitura). Na noite de ontem ainda havia alguns pacientes no local, mas a estimativa é de que durante o fim de semana todos tenham alta e o prédio seja completamente esvaziado.

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A instituição havia informado seus funcionários no último dia 19, em aviso prévio, que iria fechar as portas a partir do dia 30 de novembro. Neste dia, a entidade apontou que a única chance de reverter a decisão de fechar a filial na CIC era a prefeitura repassar os valores em atraso. No local há 45 leitos e todos eles servem 100% ao Sistema Único de Saúde (SUS). São, em média, 200 internamentos por mês de pacientes de baixa e média complexidade.

A instituição de saúde não informou quantos funcionários foram demitidos, quantas pessoas ainda estão no hospital e nem o que será feito com a estrutura na CIC. Está marcada para a próxima segunda-feira (1.º de dezembro) uma entrevista coletiva na qual o hospital promete divulgar todos os detalhes da situação. Em nota, a entidade disse que vai "reunir a imprensa para relatar todos os detalhes da dívida que culminou com o fechamento da unidade do São Vicente, localizada em uma das regiões mais carentes de Curitiba."

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A reportagem tentou contato com o telefone de plantão da prefeitura de Curitiba, por volta das 20h30, mas o número estava ocupado.

Histórico

A instituição relata que somente pôde atender de maio até agora sem receber os recursos do SUS porque uma parte dos atendimentos é paga com recursos privados. O estabelecimento diz que o dinheiro pago por pacientes particulares do hospital (da sede do Centro) foi utilizado para cobrir despesas emergenciais e manter a parte que atende pelo SUS em funcionamento. A unidade do Centro do hospital, que também tem uma parcela de sua operação financiada pelo SUS, também teria repasses atrasados desde fevereiro, segundo a assessoria. Neste local, no entanto, os atendimentos públicos continuam sendo feitos, segundo a assessoria.

No mesmo dia em que o hospital anunciou o fechamento, a prefeitura de Curitiba, em nota, disse que a informação sobre os atrasos era "improcedente" e que em "todos os meses a entidade recebe verbas referentes a serviços prestados por meio do SUS."