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Treinamento para militares que vão ao Haiti: ordem é garantir a paz | Cesar Machado/Valepress
Treinamento para militares que vão ao Haiti: ordem é garantir a paz| Foto: Cesar Machado/Valepress

Cascavel - Militares do Paraná vão integrar o 13.º contingente da Mis­são de Paz no Haiti. Serão enviados 172 militares da 15.ª Briga­da de Infantaria Motorizada, com sede em Cascavel. Soldados e oficiais que irão compor a missão prestam serviço nas unidades militares de Cascavel, Apucarana, Francisco Beltrão, Palmas e Foz do Iguaçu, todas pertencentes à 15.ª Brigada.

A intervenção militar no Haiti foi aprovada pela Organi­zação das Nações Unidas (ONU) em 2004, após a violenta deposição e saída do presidente Jean-Bertrand Aristide. Sob a liderança do Brasil, cerca de 7 mil militares de diversos países compõem a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

O general Flavio Murilo Barbosa do Nascimento afirma que os militares ficarão no Haiti por seis meses, quando serão substituídos por outra tropa. Na manhã de ontem ocorreu uma palestra com os pré-selecionados para a missão. A partir de segunda-feira eles passarão por exames médicos, físicos e psicológicos para então iniciarem o treinamento específico. O embarque para o Haiti acontecerá em junho de 2010.

Voluntários

O primeiro critério para a escolha dos militares é o voluntariado. "É preciso ter iniciativa, liderança, responsabilidade e espírito de grupo, o que é fundamental", diz o general Nas­cimento. O sargento Yarley Hal­faman de Oliveira, de Apuca­rana, é um dos voluntários pré-selecionados. Ele decidiu se inscrever na missão de paz pelo fato de ter regressado recentemente da escola militar. Mesmo sabendo que terá de se ausentar da família, ele diz que a experiência é válida. "Não vai ser fácil (ficar longe da família), mas o militar tem que estar preparado", afirma.

O soldado Jean Paulo Rodrigues, de Francisco Beltrão, diz que desde criança a carreira militar sempre chamou sua atenção, já que o pai e outros membros da família pertenceram ao Exército. "Quando surgiu a oportunidade de representar a pátria decidi ser voluntário", conta. Nos critérios de escolha dos cabos e soldados que se inscreveram como voluntários é levado em conta o tempo de ingresso no serviço militar. "A preferência é por aqueles com dois ou três anos de Exército", diz o general Nasci­mento. Já os subtenentes e sargentos são militares de carreira. No Haiti, os militares têm toda a estrutura necessária para desenvolver o trabalho na base brasileira. Além disso, a ONU oferece ajuda de custo de aproximadamente US$ 1 mil.

O coronel Luiz Augusto de Oliveira Santiago, que comandou o Batalhão Haiti de dezembro de 2005 a julho de 2006, conta que a receptividade do povo haitiano faz com que a adaptação seja rápida. Ele afirma que a população local demonstra um profundo respeito pelos militares brasileiros, justamente por essa capacidade de adaptação. Ontem, Santiago proferiu palestra para os futuros membros da missão de paz.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade, no mês passado, a prorrogação da Minustah por mais um ano, por considerar que a situação frágil do Haiti ainda representa uma ameaça para a segurança e a paz internacional.

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